Mulheres comandam apenas 11% dos países ao redor do mundo, diz ONU
Com grande número de gabinetes de igualdade de gênero, Europa lidera ranking de mandatos
Camila Stucaluc
Apesar das mulheres terem aumentado a ocupação em cargos de liderança pelo mundo, a paridade de gênero ainda está longe de ser estabelecida. Um balanço da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que apenas 11% dos países - excetos aqueles baseados na monarquia - têm mulheres como chefes de Estado e 9,8%, como chefes de Governo.
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Os números, mesmo que pequenos, mostram um avanço significativo da representação feminino em cargos de poder, uma vez que, há uma década, as cifras chegavam a apenas 5,3% e 7,3%. De todos os continentes, a Europa registra o maior número de países liderados por mulheres (16), além de contar com um grande número de gabinetes de igualdade de gênero.
No geral, as mulheres representam 22,8% dos ministros de gabinete, sendo Europa, América do Norte, América Latina e Caribe as regiões com a maior parcela de mulheres - acima de 30%. Já na Ásia Central e Meridional, bem como na Oceania, o grupo é sub-representado, chegando a apenas 10,1% e 8,1%, respectivamente.
Segundo a ONU, as mulheres tendem a liderar áreas políticas relacionadas à igualdade de gênero, direitos humanos e assuntos sociais. Os dados mostram ainda que, embora sub-representado, o público feminino está no comando de outras pastas de políticas importantes, como meio ambiente (32%), administração (30%) e educação (30%).
Os homens, por sua vez, continuam dominando áreas como economia, defesa, justiça e assuntos internos. Atualmente, calcula-se que as mulheres representam apenas 12% dos ministérios da defesa, 11% das pastas de energia, combustíveis de recursos naturais e mineração e 8% das pastas de transporte.
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"A democracia plena precisa da participação igualitária das mulheres em todos os seus processos. No entanto, a violência e as ameaças contínuas contra mulheres líderes, candidatas e eleitoras prejudicam o potencial de suas vozes e conhecimentos para trazer a mudança que é tão urgentemente necessária para a recuperação econômica e social. O mundo não pode se dar ao luxo de continuar essa injustiça", disse a diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous.