Documentário mostra a trajetória do Mickey, o rato que conquistou o mundo
"Mickey: A História de um Camundongo" estreia dia 18, após 94 anos da primeira aparição do personagem
Cleide Klock
Você consegue lembrar a primeira vez que viu o Mickey Mouse? O ratinho pop star está tão inserido na nossa cultura que é difícil lembrarmos como foi que ele entrou na nossa vida. Ele é mais que um personagem, é um ícone, que ultrapassa fronteiras, e um dos símbolos mais conhecidos do mundo. Agora, o documentário "Mickey: A História de um Camundongo", que está sendo lançado nesta semana no Disney+, resgata a trajetória do personagem, desde sua criação, em 1928.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Uma ideia, um boneco, um sonho, um império que nasceram de traços simples: são três círculos, duas moedas menores e uma maior. A primeira aparição de Mickey Mouse foi no cinema em um curta-metragem, em preto e branco, no desenho sonoro "O Vapor Willie", projetado no dia 18 de novembro de 1928, em Nova York, há exatos 94 anos. E, se tornou uma sensação imediata.
"O Mickey é um símbolo que todos nós compartilhamos e dentro desse símbolo simples há algo mais, camadas mais profundas que devemos olhar, celebrar e investigar. Ele viajou conosco por tanto tempo que, até certo ponto, podemos nos ver um pouco nele. Foi divertido para mim fazer o filme com isso em mente, há quase cem anos de história e resumi-los em um filme de 90 minutos foi realmente um desafio", nos contou o diretor Jeff Malmberg.
O filme nos conta como nasceu um dos ícones mais amados do mundo, e a evolução para versões surpreendentemente diferentes de si mesmo, que refletem tanto a notável carreira de seu criador quanto as dramáticas mudanças sociais na nação que ele representa. E nem tudo são vitórias na longa carreira do ratinho-celebridade. O diretor teve que tocar em assuntos delicados que o Mickey se envolveu, como preconceitos raciais e de gênero, lutas por direitos autorais e a participação do estúdio nas propagandas militares da Segunda Guerra Mundial.
"Esta teria que ser uma celebração alegre, mas teria que ser honesta. Então, partimos desse ponto de vista, eu não acho que posso falar sobre o quão difícil foi para a companhia entrar nesses assuntos. Mas fomos capazes de fazer isso. Acho que há algumas coisas realmente interessantes que aconteceram nesse tempo. Foi essencial a gente tocar nos assuntos e eles não nos pararam. Então aqui estamos nós", conta Jeff.
História por trás e ao redor
"Mickey: A História de um Camundongo" pode abrir conversas sobre as formas como a arte e o comércio estão interligados e o que a história do Mickey diz sobre nós. Historiadores falam do papel do personagem na cultura pop e o que ele significa no contexto social. A produção também ouviu fãs, desenhistas, pessoas que o viram crescer e aparecer pelo mundo, crianças que se encantam e não sabem nem o porquê. E são eles que tentam desvendar o que faz o Mickey assim, onipresente e único.
"O Mickey não faz nada ou diz algo que não seja uma possibilidade para nós todos, e isso o faz forte e poderoso. Internacionalmente, em diferentes países, ele representa coisas diferentes, ele é maleável para incorporar características significantes para cada país e cultura em particular, e isso é importante. O que ele significa para os americanos, é diferente do que significa para alguém no Japão, ou no Brasil, alguém do oeste da África, é tudo diferente. Mas há sempre amor e alegria associados a ele. Felicidades e memórias associadas à infância, consciente ou não, que todos acessamos quando estamos perto dele", conta a historiadora Carmelita Higginbotham.
Já Floyd Norman tem uma longa relação com o Mickey. O desenhista é apenas sete anos mais novo do que o camundongo e ele, sim, lembra muito bem o primeiro contato com o personagem.
"A primeira vez foi no telão, no cinema, na minha cidade natal. Naquela época eles mostravam sempre curta-metragem de desenhos animados antes dos filmes. E eu ainda lembro aquele dia que uma grande cara feliz do Mickey apareceu na tela e dizia: Mickey Mouse do Walt Disney e a gente tinha oito minutos de felicidade. Eu tinha cinco ou seis anos."
Floyd foi contratado pelos estúdios Disney em 1956, e chegou a trabalhar com Walt Disney. Já desenhou muito o ratinho e nos adianta o que o espectador pode esperar sobre esse novo filme.
"Vão aprender mais sobre esse personagem maravilhoso. É um grande mergulho e provavelmente vão aprender mais do que esperam, e acho que vão achar o tanto esclarecedor e positivo. É um olhar divertido sobre esse camundongo famoso", finaliza o desenhista.