Itália pede reunião com ministros da UE para falar sobre crise migratória
Solicitação acontece em meio à tensão diplomática com a França por acolhimento de refugiados
Camila Stucaluc
O governo italiano pediu uma reunião conjunta com representantes da União Europeia (UE) para discutir a nova crise migratória no Mediterrâneo. Pelas redes sociais, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, informou que também conversou, nesta 3ª feira (15.nov), com autoridades da Tunísia para reforçar a cooperação no assunto.
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"A Itália pediu com grande firmeza que a questão de imigração seja abordada a nível da União Europeia. É uma questão que não afeta apenas os países que fazem fronteira com o Mediterrâneo, mas também os da rota dos Balcãs, por isso é necessária uma solução comum. As regras devem ser respeitadas", disse Tajani.
A solicitação do encontro acontece em meio à tensão diplomática com a França. Isso porque, na última semana, o governo italiano recusou o desembarque de 234 refugiados que foram resgatados no Mar do Mediterrâneo. Os migrantes, então, foram direcionados ao território francês, onde foram enviados para hospitais e centros de acolhimento.
O cenário fez nascer uma tensão entre os países, uma vez que, segundo a França, a Itália descumpriu a lei internacional de navegação, que determina o envio de civis resgatados em alto mar ao porto seguro mais próximo. Como resposta, o presidente Emmanuel Macron suspendeu o acordo que acolheria 3,5 mil solicitantes de refúgio que vivem na Itália.
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A crise migratória no território italiano acontece desde o ano passado, com o aumento de travessias da rota do Mediterrâneo Central - que vai da Líbia à Itália. De acordo com o Ministério do Interior, mais de 52 mil refugiados foram recebidos pelo governo em 2021, quase o dobro do registrado no mesmo período em 2020.