COP27: Mesmo com críticas, sistema de seguros do G7 avança e recebe verbas
O chamado "escudo global" só ajuda em casos de desastres e não como precaução às mudanças climáticas
Pablo Valler
Mais uma COP, uma nova e desagradável surpresa. Enquanto os países em desenvolvimento planejavam e tinham esperanças de que, enfim, os países desenvolvidos aceitariam recompensar financeiramente o planeta por serem os maiores emissores de gases de efeito estufa, o que o G7 estava preparando era o "Global Shield". O projeto foi anunciado nesta 2ª feira (14.nov) em Sharm El-Sheikh, no Egito, durante a 27ª Conferência das Partes das Nacões Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27).
O escudo global nada mais é do que um sistema mundial de seguros. De verba reservada, a Alemanha já anunciou o equivalente a US$ 172 milhões. Em seguida, Canadá, Irlanda e Dinamarca informaram que vão depositar mais US$ 40 milhões.
Os valores parecem altos, mas não são, reclamam os países em desenvolvimento e instituições que os apoiam. A ONG Climate Action Network (CAN) estima que os integrantes do V20 -- 20 principais países vulneráveis -- sofreram US$ 525 bilhões em prejuízos com desastres climáticos. Outra crítica é sobre o fato dos necessitados só receberem a compensação financeira quando ocorrerem incidentes, sendo que também são necessários investimentos para adaptações, com obras de precaução. Exemplos disso são os países que perdem território com o aumento do nível do mar, uma consequência do derretimento de geleiras.
"Isso é uma enganação", acusou Harjeet Singh, responsável na CAN pelas políticas estratégicas globais. Ele, inclusive, diz que não será eficiente nem pela forma que oferece ajuda, pois "existem vários lugares na Europa e nos Estados Unidos em que não é mais viável comprar seguros devido à frequência e da intensidade dos eventos climáticos extremos".
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