COP27: Segunda semana começa com mais polêmica sobre justiça climática
Apoio dos países ricos -- e que poluem mais -- aos mais pobres não avança. Ao contrário, ganha nova "distração"
Após um domingo de folga, recomeça com grandes expectativas a segunda semana da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27).
Esta 2ª feira (14.nov) é dedicada ao tema Água. O dia começou com a apresentação de um relatório que chamo atenção. Em "O estado do Clima na Ásia em 2021", a Organização Meteorológica Mundial informa que as secas, inundações e deslizamentos de terra dispararam naquele continente no ano passado. Causaram danos de US$ 35,6 bilhões, afetando quase 50 milhões de pessoas.
A segunda semana também começa com uma polêmica ganhando novo capítulo. Afinal, essa era a COP na qual os países em desenvolvimento estavam focados em garantir uma resposta concreta sobre as doações dos países desenvolvidos que, de acordo com uma teoria de justiça climática, devem muito por contribuir tanto com o aquecimento global.
Porém, as nações ricas estão mais dedicadas em discutir uma alternativa às doações. Seria um fundo para seguros, que seriam transferidos apenas em casos de desastres climáticos. O "Global Shield" não faria transferências nem mesmo financiamentos diretos. Funcionaria por meio de subsídio às seguradoras. E mais, excluis alguns países emergentes, considerando-os desenvolvidos demais para terem apoio.
Instituições já reagem à ideia. Do Action Aid, a líder em justiça climática, Teresa Anderson, definiu o projeto como "mais uma distração" para não avançar com uma solução real. A chefe de estratégia política global, Harjeet Singh, disse que "seguro não é a resposta, isso é uma decepção".
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