Talibã ordena que juízes apliquem penas máximas contra crimes no Afeganistão
Normas englobam execuções públicas, apedrejamentos e amputação de membros
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O Talibã ordenou, no domingo (13.nov), que juízes afegãs passem a aplicar todas as penas da lei islâmica contra "crimes graves", incluindo castigos corporais. Segundo o porta-voz do grupo extremista, Zabihullah Mujahid, a decisão partiu do líder supremo, Hibatullah Akhundzada, após uma reunião com um grupo de magistrados.
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"Nos casos em que existam condições [para aplicar] a sharia [lei islâmica], é obrigatório aplicar todas as penas previstas", escreveu Mujahid, nas redes sociais. Na lista de crimes aparecem adultério, acusação falsa de adultério, consumo de álcool, roubo, crimes com violência ou ameaças, deserção e rebelião.
As punições citadas, por sua vez, englobam execuções públicas, apedrejamentos e amputação de membros. Para que as penas sejam aplicadas, é preciso um "alto grau" de provas. No caso do adultério, por exemplo, a vítima deve ter o testemunho de quatro homens mulçumanos adultos ou a confissão do acusado.
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A nova medida vai contra os discursos iniciais do Talibã quando tomou o poder do Afeganistão, em agosto de 2021. Na data, o grupo afirmou que não iria agir conforme o primeiro governo - 1996 e 2001 -, o qual era imposto a "interpretação ultra religiosa da sharia" aliada à segregação de gênero.