Mundo já perdeu 69% da fauna em menos de 50 anos, diz estudo
Aumento da pesca e do desmatamento também impacta na crise climática e no bem-estar da população
O aumento significativo da pesca e do desmatamento está resultando em uma grave perda de biodiversidade no mundo. Segundo relatório do World Wide Fund For Nature (WWF), divulgado na 4ª feira (12.out), entre 1970 e 2018, o planeta perdeu 69% de vida selvagem, sendo que a tendência populacional das espécies de água doce também continuam diminuindo bruscamente, hoje em torno de 83%.
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O cenário acontece em meio à mudança da cobertura e uso do solo. Isso porque o maior número de queimadas e desmatamento resulta em mais emissões de gás carbono, intensificando o aquecimento global. "O aumento das temperaturas já está impulsionando eventos de mortalidade em massa, bem como as primeiras extinções de espécies inteiras. Espera-se que cada grau de aquecimento aumente essas perdas", diz o relatório.
Das mais de 32 mil espécies analisadas mundialmente, a América Latina teve o maior declínio regional (94%), seguida pela África (66%), Ásia e Pacífico (55%), América do Norte (20%) e Europa (18%). Entre os animais ameaçados de extinção estão os gorilas da planície oriental e o boto amazônico. No último caso, o responsável é a pesca desenfreada, que também atinge a população de raias e tubarões, atualmente 71%.
No relatório, os autores fizeram uma "chamada urgente" para proteger 80% da Amazônia até 2025, uma vez que o bioma é o lar de milhares de espécies, bem como de 500 grupos de povos indígenas. A WWF, ao lado de outras organizações, pedem, portanto, um acordo global para conservar a floresta amazônica como "medida urgente para evitar um ponto de inflexão iminente e uma crise planetária".
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"Estamos vivendo crises do clima e da biodiversidade. Elas foram descritas como dois lados da mesma moeda, impulsionadas pelo uso insustentável dos recursos do nosso planeta. Está claro que, se não deixarmos de tratar essas emergências como duas questões distintas, nenhum dos problemas será resolvido de forma eficaz", diz o relatório, apontando que o cenário ameaça o bem-estar das gerações atuais e futuras.