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50 milhões de pessoas são vítimas da 'escravidão moderna', diz ONU

Relatório divulgado nesta 2ªfeira (12.set) alerta para o aumento de pessoas em trabalho e casamentos forçados

50 milhões de pessoas são vítimas da 'escravidão moderna', diz ONU
Homens vítimas de escravidão moderna
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Quase 50 milhões de pessoas no mundo estão em situação de escravidão moderna no mundo, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta 2ªfeira (12.set).

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O número aumentou significativamente nos últimos cinco anos, alertou o relatório publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM),  com a ONG Walk Free Foundation. Em 2021, dez milhões de pessoas a mais estavam em escravidão moderna. Dessas, 28 milhões estavam em trabalho forçado e 22 milhões estavam presas em casamentos forçados.

A pandemia de covid-19, conflitos armados e as mudanças do clima agravaram a situação, segundo o relatório montado com dados de informações domiciliares a nível nacional. Mulheres e crianças permanecem desproporcionalmente vulneráveis.

A maioria dos casos de trabalho forçado (86%) ocorre no setor privado. O trabalho forçado em setores que não há exploração sexual comercial representa 63% de todo o trabalho forçado, enquanto a exploração sexual comercial representa 23% de todo o trabalho forçado. Quase quatro em cada cinco das vítimas de exploração sexual comercial forçada são mulheres ou meninas.

Quase um em cada oito de todos os que estão em trabalho forçado são crianças (3,3 milhões). Mais da metade delas está em exploração sexual comercial. 

Imigrantes também são uma das principais vítimas desse problema e têm mais de três vezes mais probabilidade de estar em trabalho forçado do que trabalhadores adultos não migrantes.  

O relatório também aponta que a escravidão moderna afeta todos os países do mundo e atravessa linhas étnicas, culturais e religiosas. Mais da metade (52%) de todo o trabalho forçado e um quarto de todos os casamentos forçados podem ser encontrados em países de renda média alta ou alta.

"É chocante que a situação da escravidão moderna não esteja melhorando. Nada pode justificar a persistência desse abuso fundamental dos direitos humanos", afirmou Guy Ryder, diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em um comunicado. "Sabemos o que precisa ser feito e sabemos que pode ser feito. Políticas e regulamentações nacionais eficazes são fundamentais. Mas os governos não podem fazer isso sozinhos. Os padrões internacionais fornecem uma base sólida e é necessária uma abordagem prática. Sindicatos, organizações de empregadores, sociedade civil e pessoas comuns têm papéis críticos a desempenhar.", acrescentou

Os números são um alerta para a comunidade mundial, afirma a ONU. Em 2015, os países membros aderiram uma agenda de desenvolvimento sustentável para os próximos 15 anos, a Agenda 2030, composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Um deles é erradicar a escravidão moderna até 2030.

Para alcançar esse objetivo, o relatório propõe uma série de ações recomendadas que, tomadas em conjunto e rapidamente, marcariam um progresso no sentido de acabar com a escravidão moderna. Incluem: melhorar e fazer cumprir as leis e as inspeções do trabalho; acabar com o trabalho forçado imposto pelo Estado; medidas mais fortes para combater o trabalho forçado e o tráfico de empresas e cadeias de abastecimento; estendendo a proteção social e fortalecendo as proteções legais, incluindo o aumento da idade legal do casamento para 18 anos sem exceção. Outras medidas incluem abordar o aumento do risco de tráfico e trabalho forçado para trabalhadores migrantes, promover recrutamento justo e ético e maior apoio a mulheres, meninas e indivíduos vulneráveis.

"A escravidão moderna é a antítese do desenvolvimento sustentável. No entanto, em 2022, continua a sustentar nossa economia global. É um problema criado pelo homem, ligado tanto à escravidão histórica quanto à desigualdade estrutural persistente. Em um momento de crises agravadas, vontade política genuína é a chave para acabar com esses abusos dos direitos humanos", acrescentou Grace Forrest, diretora fundadora da Walk Free, em comunicado.

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