ONU escolhe general Santos Cruz para chefiar missão de apuração na Ucrânia
Santos Cruz disse ficar "muito honrado" por ter sido considerado
Guilherme Resck
O general Santos Cruz (Podemos), ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do Brasil, foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para liderar uma missão para apurar os fatos referentes a uma explosão na Ucrânia, segundo anúncio feito nesta 5ª feira (18.ago) pelo secretário-geral da entidade, António Guterres, em conversa com jornalistas - tida ao lado dos presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e turco, Recep Tayyip Erdogan, na cidade ucraniana de Lviv.
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A Ucrânia está em guerra com a Rússia desde 24 de fevereiro, quando os russos invadiram o primeiro país. Os fatos a serem apurados pela missão dizem respeito à explosão que matou dezenas de pessoas em um centro de detenção em Olenivka, no território ucraniano, em 29 de julho. No local, estavam prisioneiros de guerra ucranianos.
O secretário-geral da ONU classificou como inaceitável o ocorrido, disse que qualquer prisioneiro de guerra deve ser protegido com base na Lei Humanitária Internacional e pontuou que a Cruz Vermelha precisa ter acesso aos presos. Tanto o governo da Ucrânia como o da Rússia pediram a missão para apuração do caso.
Os dados sobre seu funcionamento e a formação da equipe que participará serão informados às duas nações. Para Guterres, o general Santos Cruz é um oficial respeitado. O secretário-geral relembrou ainda que o brasileiro possui mais de 40 anos de experiência em segurança pública e militar. O general comandou duas missões de paz da ONU: Minustah, no Haiti, e Monusco, na República Democrática do Congo.
Santos Cruz disse ficar "muito honrado" por ter sido considerado. Falou ainda ter certeza "de que os companheiros que irão também ser selecionados pelas Nações Unidas são pessoas da mais alta qualidade, e isso é uma grande garantia para o nosso trabalho, para que possamos ter um resultado positivo sobre o assunto que vai ser tratado".
Conforme Guterres, uma missão como essa a ser realizada por causa da explosão de 29 de julho precisa ser livre para apurar os acontecimentos, e os participantes devem poder obter e analisar a informação necessária, com segurança e acesso total aos indivíduos e provas.
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