Gêmeo Maligno e a luta de uma mãe contra a dor da perda

Um drama materno que se estende e ganha aspectos sobrenaturais. Possessão, mistérios, seitas. O filme "Gêmeo Maligno", que estreia nesta quinta (11.ago) no Brasil, traz terror, suspense, drama e provoca o espectador a tentar descobrir a real história que está por trás deste enredo. 

Rachel (Teresa Palmer) passa por um momento difícil após sofrer um acidente no qual um de seus filhos gêmeos perdeu a vida. Para fugir da dor, a família muda dos Estados Unidos para uma cidade pequena, na Finlândia, terra da família de seu marido, Anthony (Steven Cree). A casa é assustadora, a cultura local a deixa intrigada. É neste cenário que se desenrola a trama de muitas perguntas e poucas respostas.

O SBT News foi à estreia do filme em Los Angeles e conversou com o diretor, roteirista e com a atriz Teresa Palmer.

A australiana é figura conhecida dos fãs de terror e coleciona várias produções do gênero no currículo como "Viagem ao Inferno", "Aprisionados", "Quando as Luzes se Apagam", "A Síndrome de Berlim", "Meu Namorado é um Zumbi", entre outros.

"Eu adoro filmes de terror e continuo atuando nesses filmes. Sou definitivamente uma fã do gênero e adoro estar em um deles. Com este não foi diferente. Mas o que eu amo neste é que o terror é cerebral. A própria história temos mais como um drama, e é realmente um mergulho para conhecer uma família que passou por um tremendo evento traumático. Então foi uma exploração interessante sobre dinâmica familiar", disse Teresa.

Teresa conta que tem cinco filhos, um deles é do casamento anterior do marido, mas também coloca na conta: mãe de cinco. Por isso a história a tocou profundamente como mãe. Para interpretar esta mulher diante de tanta dor da perda teve que estudar esse universo do luto, da culpa, da vergonha e das misturas desses sentimentos.

"Em termos dessa personagem, é tudo muito específico, sua dor e sua culpa que a deixam horrorizada. Para me preparar, eu queria ler os diários de mulheres que passaram por eventos semelhantes para que eu pudesse realmente entender o que significava estar nesse tipo de mentalidade e é um muito difícil e desafiador ter que navegar por esses sentimentos. Para mim foi muita leitura, muita conversa com outras mulheres, mergulhei fundo em grupos do Facebook para ouvir essas mulheres que generosamente compartilharam suas experiências de maternidade e maternidade e perda, contou a atriz.

Mais paixão pelo terror

"Gêmeo Maligno" foi filmado na Estônia. Para escrever o roteiro os cineastas finlandeses compartilham abordagens bem pessoais: a paixão pelo folclore nórdico, pelo terror e o maior medo que ambos têm na vida.

"Nós dois somos pais e começamos a conversar sobre qual é o nosso maior medo na vida, qual seria a pior coisa que poderia acontecer com a gente, e veio a resposta óbvia: se algo acontecer com nossos filhos", contou Aleksi Hyvärinen que assinou o roteiro junto com o diretor Taneli Mustonen.

"Meus pais dirigiam alguns cinemas, então eu tive uma espécie de infância como em "Cinema Paradiso". Então, basicamente eu estava trabalhando na bilheteria e sempre que podia estava na sala de projeção. Sempre digo aos meus amigos e a repórteres ao redor do mundo que aquela foi minha primeira escola de cinema: apenas observando as pessoas reagirem aos filmes. Por isso que eu amo terror. Eu acho que os melhores filmes no cinema são os de terror e comédias, porque eles empolgam as pessoas e as fazem rir e gritar, então isso é o melhor, não é?", fala o diretor Taneli Mustonen.

Uma viagem com muitas sensações sem o corpo sair do lugar, esta é a montanha russa de um filme de terror. E, prepare-se para as viradas e curvas que a história também encontra pelo caminho.