OMS classifica decisão dos EUA contra o aborto como "retrocesso"
Para entidade, restrição pode levar mais mulheres e meninas a procedimentos inseguros
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, classificou como "retrocesso" a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos contra o aborto legal no país. Ele afirmou que o procedimento é parte dos cuidados de saúde e que "todas as mulheres devem ter o direito de escolher quando se trata dos próprios corpos".
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"As evidências são irrefutáveis", disse Tedros, explicando que a restrição ao aborto pode levar muitas mulheres e meninas a procedimentos inseguros, resultando em complicações clínicas que podem levar à morte. Segundo ele, o acesso ao aborto seguro tem um grande impacto na população, sobretudo nas mulheres de comunidades mais pobres.
Ao citar a decisão da Suprema Corte norte-americana, que anulou a jurisprudência Roe vs. Wade, de 1973, que garantia o acesso ao aborto legal, o chefe da OMS disse que a restrição é um retrocesso. Conforme o texto, espera-se que 23 dos 50 estados criminalizem o procedimento.
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A avaliação de Tedros é reforçada pela Alta Comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, que caracterizou a decisão como "um grande golpe para os direitos humanos das mulheres e a igualdade de gênero". Ela ressaltou ainda que a restrição diminui a autonomia e capacidade do grupo feminino.