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"Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" já é um dos melhores filmes do ano

Criativo e inovador, o filme que passeia por diferentes gêneros estreia nesta quinta (23.jun) no Brasil

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Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
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Hollywood - Uma infinidade de universos para dar inveja a qualquer super-herói. A trama faz passeios por locais jamais imaginados com a mesma habilidade de uma mente irrequieta. Prepare-se para esta ficção científica, que é também uma viagem psicológica e psicodélica, que vai fazer você pensar na vida, nas possibilidades do: 'e se eu fosse por aqui, fizesse isso e não aquilo'.  "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" é exatamente o que o título diz. 

O leque de palavras que definem o filme, vai além do tudo e do todo. É impossível englobar tamanha riqueza desta trama. É um drama, uma fantasia, um filme de artes marciais, de ação, uma obra-prima visual,  frenética e sensível com até toques inocentes e infantis, tal qual é o nosso cérebro em tempos do hiperlink. 

"O filme é um produto de viver em um mundo muito sobrecarregado. Saiu da gente por vivermos entre 2016 a 2022. Todas as pessoas com as quais conversamos, puderam ver neste filme essa sensação de emoções e histórias contraditórias e bolhas que têm se chocado, principalmente por causa da internet. A gente queria usar o multiverso para explorar isso, mas também um gênero de filme para fazer uma aventura divertida. Não é apenas como um exercício filosófico estimulante, na verdade, mas um filme de ação de ficção científica completo", contam os diretores Daniel Kwan e Daniel Scheinert ou os 'Daniels', como são conhecidos desde 2010 quando começaram a dividir a direção de videoclipes de música.

Multi tudo

No enredo, Evelyn Wang (Michelle Yeoh) é uma imigrante chinesa que, junto com o marido Waymond (Ke Huy Quan) tem uma lavanderia nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, ela se vê precisando lidar com furos nas contas do imposto de renda, com a sexualidade da filha adolescente, demandas do pai e o pedido de divórcio do marido. E, de repente, as possibilidades se abrem para outros lugares, universos paralelos e mais do que isso, emaranhados.

É nesta encruzilhada da vida cheia de crise existencial que entra também o 'e se', aquele velho e clichê pensamento que nos passa na cabeça com frequência. E, assim, Evelyn Wang se veste de todas as próprias fantasias diante de universos a serem experimentados. 

A atriz Michelle Yeoh dá um verdadeiro show passeando pelo multiverso e encarnando as mais variadas personagens e mostra sua habilidade de transformação, de emoções e performance. Ela é muitas ao mesmo tempo, em todos os lugares. No momento, está no topo das possibilidades à indicação ao Oscar de Melhor Atriz. 

Encontros paralelos

Mas, não é 'apenas' ela, o elenco inteiro entra na mesma sintonia. Versões da filha (Stephanie Hsu), do marido (Ke Huy Quan), do pai (James Hong) e da auditora da receita (Jamie Lee Curtis) também se encontram nos outros universos em uma história absurda e humana ao mesmo tempo, que fala de sonhos não realizados, aceitação, amor e da realidade dos imigrantes em terras americanas.

Este também é o retorno (com todos os aplausos) de Ke Huy Quan às telas. Ele havia parado de atuar em 2002 e para os mais saudosos é difícil esquecer do ator mirim de "Indiana Jones e o Templo da Perdição" e "Os Goonies". Em "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" ele vai do herói à ternura em um piscar de cenas.

"Honestamente, quando eu comecei há muitos anos a atuar ainda criança, eu li muitos roteiros que eram realmente desanimadores, porque os personagens asiáticos, muitas vezes, nem tinham nomes. Eram, principalmente, estereotipados, marginalizados. Personagens que tinham uma ou duas falas, com muita sorte uma página ou duas. Aqui de fato temos um roteiro inteiro sobre essa família, foi escrito de forma tão bonita que eu queria fazer esse papel mais do que qualquer coisa", conta Ke Huy Quan.

Imaginação sem podas de grandes estúdios é a melhor explicação para a existência desse filme independente que conquistou o público -- já rendeu mais de 80 milhões de dólares ao redor do mundo -- e a crítica. O índice de aprovação no Rotten Tomatoes (portal que mostra o termômetro da crítica), aponta que 95% dos profissionais aprovaram a produção com citação de ser um dos mais inovadores dos últimos tempos um dos melhores de 2022 e até divisor de águas na história da sétima arte.

A atriz Stephanie Hsu tem sua própria teoria de onde vem tanta habilidade de hipnose. Sim, o filme hipnotiza e até tonteia a gente.

"Além da criatividade e imaginação, os diretores são excelentes cineastas. (Os Daniels) são capazes de fazer coisas malucas que seria difícil com o tempo e orçamento que foram dados. Mas porque eles começaram a fazer videoclipes com orçamento zero, eles sabem como editar, sabem o que é preciso para filmar cenas loucas. Eu não sei como elogiá-los o suficiente, acho eles tão especiais e esse filme está acontecendo por causa deles", diz Stephanie Hsu.

É isso, boa viagem a todos esses lugares, a tudo, ao mesmo tempo.

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