EUA alertam que agirão se China estabelecer presença militar na Oceania
Delegação do país americano se reuniu com o premiê das Ilhas Salomão
A Casa Branca informou em nota, nesta 6ª feira (22.abr), que uma delegação de "alto nível" dos Estados Unidos, liderada pelo Coordenador do Indo-Pacífico do Conselho de Segurança Nacional, Kurt Campbell, disse ao premiê das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, e a integrantes de seu gabinete e funcionários seniores que o país norte-americano terá "preocupações significativas" e responderá "de acordo" se forem adotas medidas para, na região, ser estabelecida uma presença militar permanente chinesa.
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O alerta foi feito em uma reunião realizada pela delegação com Sogavare e os demais, durante 90 minutos, em visita dos americanos a Honiara, capital das Ilhas Salomão. Ainda de acordo com a Casa Branca, também no encontro, os representantes dos Estados Unidos delinearam "medidas específicas" que o país dará para promover o bem-estar dos moradores da nação da Oceania. Entre essas medidas, aceleração da reabertura da embaixada americana nas Ilhas Salomão; cooperação avançada referente a munições não detonadas; lançamento de um programa de conscientização do domínio marítimo; despachamento do navio-hospital Mercy para tratar da saúde pública; avanço num diálogo para retorno do Corpo de Paz ao país; entrega de vacinas adicionais; e promoção de iniciativas sobre clima, saúde e laços entre pessoas.
O comunicado do governo americano acrescenta que a delegação e os salomonenses "se envolveram em uma discussão substancial" sobre um acordo de segurança assinado recentemente entre as Ilhas Salomão e a China. Na ocasião, os visitantes disseram que a aliança pode impactar a segurança regional, inclusive para os próprios Estados Unidos, e aliados e parceiros seus, enquanto o outro lado afirmou haver implicações apenas para a nação da Oceania. "A delegação dos EUA delineou áreas claras de preocupação com relação ao objetivo, escopo e transparência do acordo", completa a nota.
Como resposta a essas preocupações, Sogavare afirmou que não será estabelecida uma presença militar permanente chinesa nas Ilhas Salomão. Os Estados Unidos ressaltaram aos salomonenses, no encontro, que "acompanharão de perto" o desenrolar do acordo, consultando os parceiros regionais. Os países norte-americano e oceânico concordaram em dar início a um "diálogo estratégico de alto nível". A Casa Branca e o Departamento de Estado irão copresidi-lo junto a instituições salomonenses. Segundo o governo dos EUA, o objetivo do diálogo "será melhorar a comunicação, abordar preocupações mútuas e impulsionar o progresso prático". "Em particular, ambos os lados concordaram em discutir mais detalhadamente questões de segurança de interesse mútuo, desenvolvimento econômico e social, saúde pública, e finanças e dívida. Cada lado se comprometeu a tomar as medidas necessárias no período intermediário para se preparar para um envolvimento bem-sucedido".
A visita a Honiara foi a última etapa de uma viagem da delegação pelo Pacífico. Antes, ela se encontrou com altos funcionários da Austrália, Japão e Nova Zelândia, no Havaí, com o premiê Frank Bainimarama e a liderança do Fórum das Ilhas do Pacífico, em Fiji, e com o premiê James Marape e altos funcionários da Defesa, em Papua-Nova Guiné. Nas palavras da Casa Branca, nos compromissos, os EUA enfatizaram que buscarão aprofundar ainda mais seus "laços duradouros com as ilhas do Pacífico e tomar medidas tangíveis para promover um Indo-Pacífico livre, aberto e resiliente". "Os Estados Unidos farão isso cumprindo e fortalecendo seus compromissos na região, trabalhando para promover a unidade regional, coordenando com aliados e parceiros para enfrentar os desafios do século XXI e protegendo a soberania dos Estados insulares do Pacífico".
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