Papa Francisco retoma celebrações públicas da Sexta-feira Santa
Cerimônias ficaram suspensas por dois anos por conta da pandemia de covid-19
SBT Brasil
Depois de dois anos de restrições por causa da pandemia, o Papa Francisco retomou as celebrações públicas da Sexta-feira Santa, entre elas, a realização da Via Sacra no Coliseu, em Roma.
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A cerimônia -- que recria os passos de Jesus Cristo a caminho da crucificação -- contou com a presença de uma ucraniana e uma russa. Iluminado por velas, o Papa conduziu a cerimônia junto a milhares de fiéis, que lembraram as últimas horas de Jesus: da condenação à morte, até a crucificação e o sepulcro.
Foi o primeiro grande evento religioso na capital italiana depois de dois anos de restrições por conta da pandemia. Durante as 14 estações, orações pelas famílias destruídas e separadas por guerras. Debaixo da mesma cruz, duas mulheres: uma russa e uma ucraniana se uniram em oração, num dos gestos mais significativos desta Sexta-feira Santa.
Apesar da intenção de demonstrar a paz entre os povos, a decisão de juntar cidadãos dos dois lados da guerra causou desconforto diplomático ao Vaticano. Logo após o anúncio, feito dias antes da celebração, o representante da igreja católica na Ucrânia classificou a ideia como inoportuna e afirmou que ela não levava em consideração a agressão russa contra seu país, comentário que foi endossado pelo embaixador ucraniano na Santa Sé, que afirmou ter alertado o Papa sobre possíveis consequências, sem especificar quais.
A guerra na Ucrânia foi assunto recorrente nas celebrações desta Sexta-feira Santa. Francisco suplicou por um cessar-fogo imediato. "Que Deus desarme a mão levantada de um irmão contra o seu próprio irmão", implorou o pontífice.
O conflito já havia sido citado mais cedo, pelo Frei Raniero Cantalamessa, pregador da cerimônia realizada na sede da igreja católica. "Este ano celebramos a Páscoa com o barulho de bombas e explosões aqui perto", lamentou o cardeal. Durante a missa, Francisco rezou em silêncio e beijou a imagem de Jesus crucificado, em um gesto de adoração.
Neste sábado, os cristãos comemoram a data conhecida como "Sábado de Aleluia". Como manda a tradição, o Papa Francisco vai celebrar, na Basílica de São Pedro, o principal e mais antigo momento do ano litúrgico: a vigília de Páscoa, que marca a ressurreição de Jesus Cristo.
São esperadas milhares de pessoas, que poderão acompanhar de perto a celebração - que deve incluir ainda alguns batismos. A cerimônia está marcada para 19h30, pelo horário local, 14h30, pelo horário de Brasília.
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