Estudo da ONU aponta elo entre drogas ilícitas e redes sociais
Jovens, grupo com as maiores taxas de abuso de drogas, são os mais afetados pelo uso excessivo das plataformas
O Comitê Internacional para Controle de Narcóticos comprovou a ligação entre exposição às redes sociais e uso de drogas. Os dados foram divulgados no relatório anual publicado na 5ª feira (11.mar).
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Os jovens, grupo com as maiores taxas de abuso de drogas, são os mais afetados pelo uso excessivo das plataformas de mídia social. Segundo o documento, o setor privado deve moderar e regulamentar suas plataformas e limitar a publicidade e a promoção do uso de drogas para fins não-medicinais.
O relatório alerta também sobre o crime organizado, que segue fazendo milhões de dólares com o tráfico de drogas. Os criminosos estão explorando várias ferramentas digitais, como criptomoedas, pagamentos pelo telefone e carteiras digitais. São sistemas que facilitam a transferência de dinheiro, permitindo com que as origens de fundos ilegais fiquem escondidas ampliando assim os lucros. O que acaba gerando consequências negativas, afetando a sociedade e o desenvolvimento econômico,com corrupção e suborno. Além do aumento da violência, da pobreza e das desigualdades.
Visando combater esse cenário, o comitê solicita que os governos tratem de todos os estágios do tráfico de drogas -- desde a produção e cultivo até a venda e ocultamento dos lucros ilegais -- e compartilhe as investigações sobre crime organizado a nível internacional.
"Esses grupos dependem dos fluxos ilícitos de dinheiro para ampliar e manter as atividades criminosas" revelou a presidente do Comitê Internacional para Controle de Narcóticos, Jagjit Pavadia.
O custo do crime organizado em países africanos é especialmente alto: US$ 88,6 bilhões, ou 3,7% do PIB do continente, são perdidos, todos os anos, para fluxos financeiros ilícitos.
Sobre a legalização da Cannabis, a presidente do Comitê afirma que permitir o uso para fins não-medicinais "contradiz as convenções de controle de drogas".
Além disso, o relatório destaca a necessidade de entendimento coletivo sobre os conceitos de legalização, descriminalização e fim da penalização de acordo com as convenções para o controle de drogas. O documento enfatiza ainda a importância de uma resposta equilibrada sobre crimes ligados às drogas, com respeito aos direitos humanos.