Ucranianos vivem caos em Kiev após início da guerra contra a Rússia
Muitos tentam fugir, outros garantir comida para os próximos dias
SBT Brasil
Milhares de ucranianos tentam deixar o país. Pra quem fica, além das bombas, há o medo de faltar comida. Neste primeiro dia de ataques, houve correria a bancos, supermercados e postos de gasolina. Como se vive em uma guerra? A primeira reação é a fuga. Dezenas de milhares tentaram escapar pelas estradas. Nas estações de trem, muitos ainda tentavam a sorte. Muitos foram cancelados. Voos também não há. O espaço aéreo foi totalmente fechado e pra quem fica, é preciso comida.
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"Eu fui o último cliente, da última loja aberta aqui nesse subterrâneo de Kiev. Comprei mantimentos pra passar os próximos dias. Basicamente pão, suco de caixinha, pra tentar viver porque o restaurante do hotel está fechado, as pessoas estão sendo retiradas", conta o correspondente do SBT em Kiev, Sérgio Utsch.
Em uma praça quase deserta, um homem com bandeira da Ucrânia me diz que quer ver Putin ser levado a um tribunal pelo que está fazendo e que está preparado pra matar soldados russos com as próprias mãos. Guerra e ódio são palavras que combinam e não poupam gente que só quer levar uma vida normal, como o brasileiro Walther, que conversou com o SBT no centro de Kiev, menos de 24 horas antes do início dos ataques.
"Durante o dia teve um certo rumor de um ataque aéreo. Fui até os abrigos, mais ou menos a 200 metros daqui da minha casa. Eu chequei. É uma garagem, dentro de um prédio público, mais ou menos de um andar. Tem uma garagem, mas sem nenhuma acomodação", conta o brasileiro.
"Estou voltando pro hotel com o que eu consegui garantir de comida pros próximos dias porque tudo fechou, pelo menos aqui, nessa parte da cidade, e algumas poucas pessoas com a bandeira da Ucrânia, jornalistas, polícia. A comunicação pode ser cortada, a gente não sabe o que vai acontecer. Eu vou tentar mandar esse video antes que isso aconteça", diz Utsch.
No hotel onde o correspondente está está hospedado, um dos mais antigos da Ucrânia, Ivan, o garçom, conta que os pais e os irmãos estão no lado já dominado pelos russos e que o irmão foi convocado pra lutar contra os ucranianos. Milhares vão passar a noite torcendo pra que não haja mais ataques e que se houver que não chegue até eles. A guerra não perdoa quem está na hora errada no lugar errado.
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