Militarização da Ucrânia não é "aceitável", diz Putin
Presidente Russo reforçou que entrada da Ucrânia na Otan é vista como uma ameaça
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou em entrevista coletiva nesta 3ª feira (22.fev) que a militarização da Ucrânia não é "aceitável" e que a tensão no Leste Europeu pode ser amenizada se os chamados "países parceiros" apoiarem a desmilitarização da região.
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Além disso, defendeu o reconhecimento da independência de regiões separatistas da Ucrânia, decisão tomada pelo chefe do Executivo russo na 2ª feira (21.fev). Putin reforçou ainda que é contra a entrada da Ucrânia na Otan, gesto que ele vê como uma ameaça.
"Somos contra a Ucrânia entrar na Otan, porque já mencionamos muitas vezes que isso é uma ameaça à Russia. [...] A gente está falando da desmilitarização da Ucrânia porque é o unico fator que pode ser controlado. O governo atual ucraniano persegue antigos líderes e diz que não está contente com o Acordo de Minsk, e eu tenho certeza que essa militarização não é aceitável porque a Ucrânia até mencionou uso de nucleares", disse o líder russo.
O acordo, mencionado por Putin, foi feito em 2014, após várias tentativas anteriores de parar os combates em Donbass, no leste da Ucrânia, e implementou um cessar-fogo imediato. No entanto, violações no acordo aumentaram a crise entre os países.
"Qual a ameaça que estamos lidando aqui? Ameaça de armas nucleares, precisamos ter em mente que isso pode chegar a 400 km de Moscou, que seria um alvo direto. É uma ameaça direta e iremos levar isso muito a sério", reforçou.
A decisão em reconhecer regiões separatistas vem em meio ao aumento do conflito entre o país e a Ucrânia. Duas regiões ucranianas, Donetsk e Luhansk, localizadas ao leste do país e em fronteira com a Rússia, reivindicam soberania. Os locais também contam com rebeldes que apoiam a Rússia.
Ao final da entrevista, Putin completou dizendo que, entre a paz e o uso da força, ele escolhe "se defender".