Alteração na retina é sintoma de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
A observação de tal mudança pode servir tanto para ajudar no diagnóstico clínico quanto para monitorar a evolução da doença

SBT News
A esclerose lateral amiotrófica (ELA), caracterizada por danos aos neurônios do cérebro e da medula espinhal, também afeta o tecido retinal, de acordo com um estudo conduzido pela Universidade Complutense de Madrid (UCM).
A pesquisa, publicada na Neural Regeneration Research, indica que pacientes com ELA podem sofrer alterações na micróglia, células responsáveis ??pela proteção e defesa dos neurônios, além da perda de células ganglionares, os neurônios da retina.
"Essas alterações detectadas nessa doença poderiam servir como biomarcadores para o diagnóstico e acompanhamento de pacientes com ELA, além de verificar a eficácia de diferentes tratamentos monitorando-os de forma simples, não invasiva e mais barata", afirma Pilar. Rojas, pesquisador do Instituto de Pesquisas Oftalmológicas Ramón Castroviejo (IIORC) da UCM.
O trabalho também indica que essas modificações têm uma evolução ao longo da doença. "Isso havia sido observado na medula espinhal desses pacientes, mas não na retina, o que é um avanço, porque o monitoramento do paciente pode ser menos invasivo", diz Rosa de Hoz, do IIORC.
Para realizar o estudo, os pesquisadores registraram alterações retinianas por meio da tomografia de coerência óptica (OCT). Uma vez detectado em humanos, eles procederam à sua confirmação em modelo animal, através de análise microscópica em camundongos.
"Nosso grupo investigou extensivamente as alterações da retina em diferentes doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer. Porém, especificamente na ELA, poucos estudos descreveram o que acontece na retina e mais especificamente nas células microgliais", conclui José Manuel Ramírez, professor de Oftalmologia da UCM e diretor do IIORC.