Jornalistas são reprimidos durante protesto de mulheres no Afeganistão
Imprensa local foi impedida de filmar, fotografar ou reportar os atos manifestantes
Vários jornalistas foram reprimidos por membros do governo Talibã, na manhã desta 5ª feira (21.out), enquanto tentavam reportar uma manifestação de mulheres feita em Cabul, capital do Afeganistão. A ação durou cerca de uma hora e meia e tinha como objetivo defender o direito femino ao ensino e ao trabalho.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Segundo informações da agência de notícias France Presse, os jornalistas foram proibidos de se aproximarem das manifestantes, bem como filmar ou fotografar o ato. Um dos repórteres foi atingido por uma coronhada de um membro do grupo extremista. "Esta é a situação: os talibãs não respeitam nada, nem os jornalistas, nem os habitantes locais, nem os estrangeiros nem as mulheres", disse uma das protestantes ao jornal.
The Taliban struck and chased several journalists to prevent media coverage of a women's rights protest in #Kabul on Thursday.#Taliban #afghanistanwomen #Journalism pic.twitter.com/va6pTA78s9
? AJhumanrights (@AJHumanRightsEN) October 21, 2021
#Afghanistan women just standing for thier basic rights, today's once again they protests in Kabul and asking for the reopening of school girls pic.twitter.com/dKoYKV8WLG
? Hamid Haidari (@Hamidhaideri) October 21, 2021
No começo do mês, a organização internacional Human Rights Watch (HRW) publicou um comunicado acusando os líderes do Talibã de "sufocar" os meios de comunicação no Afeganistão. "Os regulamentos do Talibã são tão abrangentes que os jornalistas estão se auto censurando, eles temem acabar na prisão", disse a diretora da HRW para a Ásia, Patricia Gossman.
Segundo a entidade, os talibãs proibiram que as agências de notícias divulguem informações "contrárias ao Islã", insultos a "figuras nacionais" e "assuntos que não tenham sido confirmados por fontes oficiais". Além disso, os meios de comunicação não deverão veicular reportagens que "possam ter um impacto negativo na atitude do público" e devem "preparar relatórios detalhados" para o governo, antes de cada publicação.
