Europa pode sofrer com falta de gás durante o inverno

Reservas de gás na Europa estão baixas mostram dados oficiais. Antes da pandemia a média das reservas era de 90% e em outubro, a capacidade foi reduzida para 75% . A Rússia, principal fornecedora de gás dos países europeus, está também a disponibilizando a produção para a Ásia, outra grande consumidora de gás.

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Durante o inverno, a Europa poderá enfrentar escassez energética quando o consumo aumentar. O preço do gás já registra uma subida, em média, de 350% na fatura da energia dos europeus.

Os países recorreram ao uso do gás agora, desde os consumidores domésticos às atividades industriais, para suprir as necessidades energéticas devido ao abandono do uso do carvão diante das exigências ambientais ..

As empresas de distribuição de energia multiplicam esforços procurando recursos de gás para enfrentar esse momento. A Europa importa cerca de 90% do gás da Rússia já que o segundo gasoduto que ligará esse centro distribuidor à Alemanha, contornando a Ucrânia, ainda não está concluído.

Entre a diversidade na geração de eletricidade com carvão, capacidade hídrica e nuclear e uma proporção significativa de energia proveniente de fontes renováveis, como eólica e solar, o gás desempenha papel fundamental em alguns dos maiores mercados de energia do continente.

A empresa russa Gazoprom, que tem mantido esse fornecimento, trabalha no máximo há dez anos e não tem, aparentemente, margem para aumentar a produção. 

Para o analista de energia John Kemp, o inverno está chegando ao hemisfério norte, por isso, se um inverno frio na Europa combinar com outro na Ásia, as reservas europeias serão esvaziadas. Então, não haverá gás disponível para atender às necessidades, a não ser que a Rússia adicione mais capacidade na produção.

"As reservas podem se esgotar na primavera, portanto os cortes de oferta serão inevitáveis", conclui o analista.

O responsável pela secção da Economia e Regulação da empresa de consultoria KPMG na Espanha,Carlos Solé,  explica que "o gás continuará a ter peso importante na matriz energética na próxima década, desde que a descarbonização seja implementada. Os dados indicam que metade da necessidade nos próximos anos virá da Ásia, o que implica que, se a Europa quiser garantir o abastecimento, terá que competir no mercado internacional".

Segundo especialistas, as reservas de gás na Europa podem depender de um clima menos rigoroso durante o inverno.

Países europeus estão a compra conjunta de gás natural liquefeito (GNL), mas os governos ainda não encontraram solução para o armazenamento e quem distribui para quem.

Ásia apresenta-se como a maior região importadora de GNL, onde países como Japão, China e Índia estão a comprar o combustível antes do inverno, fazendo aumentar a pressão no mercado e a estrangular o acesso da Europa ao recurso energético.