Alemanha: com margem mínima, centro-esquerda pode vencer eleições
Pesquisas de boca de urna mostram que o CDU, de Angela Merkel e o SPD terão 25% dos votos
SBT News
Vai ser voto a voto a disputa que vai decidir que partido terá a maior bancada no Bundestag. Segundo prognóstico divulgado realizado pela rede ARD e divulgado às 6 da tarde deste domingo (1 da tarde, em Brasília), a União Democrática Cristã, partido de Angela Merkel e o Partido Social Democrata terão ambos 25% dos votos.
Se o resultado se confirmar, será o pior resultado do partido da atual chanceler alemã no período pós-guerra. "É doído", disse Paul Ziemiak, secretário-geral do CDU à rede ARD. Uma segunda pesquisa de boca de urna, da rede de TV ZDF, mostra os Sociais-Democratas da centro-esquerda com pequena vantagem, 2 pontos à frente dos Democratas-Cristãos da centro-direita.
O Partido Verde deverá se consolidar como a terceira maior força do parlamento, com 15% dos votos, quase o dobro do que teve nas últimas eleições gerais, em 2017. Os pró-mercado Democratas-Liberais também deverão ter uma bancada maior, passando de 7% para 11%.
Os partidos mais radicais ou não ampliarão ou terão seu espaço reduzido, segundo a pesquisa de boca de urna. O AfD, Alternativa para a Alemanha, poderá ter 11% dos votos, contra 11,5% 4 anos atrás. O partido concentrou sua campanha fazendo oposição às medidas sanitárias adotadas na Alemanha, como o uso de máscara e o passaporte de vacinas. O AfD entrou pela primeira no parlamento há 4 anos, com um forte discurso anti-imigração.
Já "A Esquerda", partido de extrema esquerda com orientação marxista, deverá ficar na margem dos mínimos 5% necessários de votos pra ter representação no Bundestag.
As projeções divulgadas neste domingo não incluem os votos realizados pelo serviço postal. Em 2017, 29% dos eleitores usaram essa alternativa. Este ano, por conta da pandemia, o número de votos antecipados deve chegar a 40%, segundo as autoridades alemãs.
Com um resultado tão apertado, a única coalizão possível com apenas dois partidos é justamente a que juntaria os dois principais partidos, como acontece atualmente durante o governo Angela Merkel. Olaf Scholz, candidato dos Sociais-Democratas é o atual ministro das Finanças e vice-chanceler da Alemanha.
Se for confirmada uma ligeira vantagem para os Sociais-Democratas, o partido de Scholz terá a preferência para formar um novo governo. Neste caso, a coalizão mais provável é aquela apelidada pelos alemães de "sinal de trânsito", com o vermelho do SPD, o amarelo dos Democrata-Liberais e o Partido Verde.
Se a centro-esquerda falhar em garantir uma coalizão que lhe dê maioria no parlamento, o CDU, ainda que com uma bancada menor, poderá tentar formar o próximo governo. O líder conservador Armin Laschet conta com a simpatia dos Democrata-Liberais, mas teria dificuldades em convencer o Partido Verde, que hoje é mais próximo da centro-esquerda.
As negociações para a formação de um novo governo podem durar meses. Enquanto isso, Angela Merkel segue como chanceler e chefe do governo da Alemanha.