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Agência Europeia confirma apoio à vacina AstraZeneca

Decisão dos países de suspender o uso do imunizante ganha o noticiário político

Imagem da noticia Agência Europeia confirma apoio à vacina AstraZeneca
Emer Cooke diretora-geral da Agência Europeia de Medicamentos
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A Agência Europeia de Medicamentos reiterou nesta 3ª feira (16.mar) sua confiança na vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica anglo-sueca AztraZeneca. "Estamos firmemente convencidos de que os benefícios em prevenir a Covid-19 e os riscos de hospitalização e morte são maiores que os efeitos colaterais", disse a diretora-geral Emer Cooke.

Em entrevista coletiva, no início da tarde, na sede da agência em Amsterdã, Cooke confirmou que os primeiros resultados de uma investigação sobre os casos de trombose em pessoas vacinadas deverão ser divulgados na quinta-feira (18.mar).

A cientista lembrou, no entanto, que "muitos milhares de pessoas desenvolvem trombose todos os anos na União Européia por diferentes razões".

A Suécia foi o último país a suspender temporariamente o uso do imunizante depois que 37 casos de trombose foram detectados em pessoas vacinadas. Já são 18 os países europeus que deixaram de aplicar a vacina ou suspenderam apenas o uso de um lote específico, colocado sob suspeita por austríacos e dinamarqueses. Pelo menos 3 mortes também estão sendo investigadas.

No sentido contrário, outros três países saíram em defesa da vacina. A Bélgica, onde fica a sede da União Européia, decidiu continuar usando o imunizante na campanha de vacinação.

"A vacina Aztrazeneca foi usada massivamente, cerca de 5,5 milhões de doses na União Européia e quase 10 milhões no Reino Unido e, nesse universo, não há sinais de que nos faça pensar que há um nível de trombose acima do normal na população em geral", disse Yves van Laethem, porta-voz do centro de crise belga para a Covid-19.

A primeira-ministra da Sérvia, Ana Brnabi?, afirmou hoje que "a vacina AztraZeneca é excelente" e disse que "por causa da campanha negativa, muitas pessoas vão hesitar em tomá-la".

O ministro da Saúde da Austrália, Greg Hunt, disse que "o governo apóia a aplicação da vacina de forma inequívoca e absoluta, por um motivo simples, ela ajuda a salvar vidas"

Dois dias depois de suspender o início da vacinação com o imunizante britânico, a Tailânida começou a usá-lo hoje, depois de um parecer positivo da agência reguladora do país. Um dos primeiros a tomar foi o premiê tailandês Prayuth Chan-ocha. "Temos que acreditar nos nossos médicos e nos nossos profissionais de saúde", afirmou.

DECISÃO POLÍTICA


A decisão de suspender a vacina produzida pelos britânicos acontece no momento em que os países europeus sofrem muita pressão por conta do ritmo das campanhas de vacinação. Embora tenha administrado mais doses (50,8 milhões) que o Reino Unido (26 milhões), a União Européia conseguiu cobrir até agora 8% de sua população de 447 milhões de pessoas. Entre os britânicos, 36% dos quase 67 milhões já receberam ao menos uma dose das vacinas aprovadas, segundo o site Ourworldindata, com base em dados coletados pela Universidade de Oxford.    

Nenhum país que suspendeu o uso da vacina apresentou evidências de que os problemas de trombose registrados em 37 pessoas foram causados pela vacina. Precaução foi a justificativa mais comum entre aqueles que tomaram a decisão.

Em entrevista ao jornal La Republica, o diretor-geral da agência reguladora italiana, Nicola Magrini, afirmou que "foi uma decisão política".

Nigel Farage, um dos líderes da extrema direita do Reino Unido, saiu em defesa do imunizante desenvolvido no país. "Esses idiotas da Europa estão colocando seu descontentamento com o Reino Unido acima da saúde de suas populações. Eleitores não vão gostar, uma onda populista está vindo", escreveu em suas redes sociais um dos principais defensores do Brexit.

O único governo a bancar que há problemas com a vacina foi o da Venezuela, que decidiu não autorizar o uso do imunizante em sua população.

Sem apresentar evidências, a vice-presidente do país, Delcy Rodriguez, citou "relatórios técnicos" pra justificar a decisão e confirmou que a palavra final foi ditador do país. "O presidente Nicolás Maduro decidiu não conceder a licença de uso para esta vacina no território venezuelano". 
 
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