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Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein ratificam acordo em Washington

Normalização das relações diplomáticas entre os países é considerada um trunfo eleitoral para Donald Trump

Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein ratificam acordo em Washington
Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein ratificam acordo em Washington
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Ao lado do premiê israelense Benjamin Netanyahu e dos chanceleres dos Emirados Árabes Unidos e do Bahrein, Donald Trump conduziu, nesta terça (15), o ato de assinatura do acordo normalização das relações diplomáticas entre os três países. "O dia de hoje marca o amanhecer de um novo Oriente Médio", declarou o presidente dos Estados Unidos ao abrir a cerimônia. 

Desde a sua criação, em 1948, o Estado de Israel estava diplomaticamente isolado na região. Antes do Bahrein e dos Emirados Árabes Unidos, os únicos países do Oriente Médio a terem tratados firmados com os israelenses eram Egito e Jordânia. Os acordos só foram assinados após conflitos armados. "Agora é um tipo diferente de tratado, já que não houve guerras entre os países e eles não são inimigos declarados. Com esses novos acordos, Israel poderá atrair muitos investimentos e conquistar todos os tipos de oportunidades, economicamente e até culturalmente", afirmou o pesquisador sênior do Instituto de Estudos de Segurança Nacional de Tel Aviv, Yoel Guzansky, à Associated Press. 

Além de prever a troca de embaixadas, os acordos possibilitam a realização de voos regulares e abrem caminho para negociações comerciais entre as partes. Em troca da aproximação estratégica das duas nações árabes, Israel prometeu frear o projeto de anexação de territórios palestinos na Cisjordânia, que chegou a ser anunciado por Netanyahu em junho deste ano. Um tímido avanço na disputa territorial que já dura mais de sete décadas.

Mas analistas enxergam pelo menos outros dois motivos que podem ter levado os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein a darem este passo em direção à aproximação com Israel, parceiro histórico dos Estados Unidos. Um deles é o acesso ao mercado de armas norte-americano, sobretudo aos caças F-35 -- que, até hoje, não eram vendidos pela Casa Branca para rivais regionais de Israel. A outra razão, talvez a principal delas, seja consolidar uma espécie de coalizão contra um inimigo em comum no Oriente Médio: o Irã. "O caminho para Washington passa por Jerusalém. O objetivo número um dos países do Golfo é fortalecer suas relações com os Estados Unidos. Alguns deles estão preocupados com a possibilidade de que um governo democrata seja eleito e que Joe Biden possa ser mais brando com o Irã do que Trump, mas mais duro com eles sobre direitos humanos, por exemplo. Não tenho certeza se Biden aprovará todas as vendas de armas para o Golfo", disse Guzansky.

O acordo firmado hoje, no entanto, recebeu duras críticas da comunidade palestina. O chefe de governo da Autoridade Nacional Palestina, Mohammad Shtayyeh, disse que o tratado foi um "golpe de misericórdia" na iniciativa de paz estabelecida entre países árabes em 2002, na qual ficava explícito que não haveria reconhecimento do Estado de Israel entre nações árabes até o fim da ocupação israelense ou até a criação de um Estado palestino. Os protestos de centenas de pessoas e os mísseis lançados da Faixa de Gaza durante a assinatura deixaram claro que, apesar de histórico, o dia de hoje será somente mais um para ajudar a compor o sensível e turbulento tabuleiro das relações entre os países da região.
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