Publicidade

União, MG e ES fazem contraproposta de R$ 109 bilhões por desastre em Mariana

Entes e instituições públicas enviaram manifestação ao Tribunal Regional Federal da 6ª Região; mineradoras haviam proposto destinação de R$ 72 milhões

União, MG e ES fazem contraproposta de R$ 109 bilhões por desastre em Mariana
Barragem de Fundão se rompeu em 2015, e 40 milhões de m³ de rejeitos de mineração foram despejados | Agência Brasil
Publicidade

A União e um conjunto de entes e instituições públicas apresentaram, nesta quinta-feira (6), à Justiça Federal, uma contraproposta no valor de R$ 109 bilhões para ser celebrado um acordo com as mineradoras Samarco, Vale e BHP, responsáveis pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015.

+ Justiça Federal derruba liminar e mantém leilão de arroz importado nesta quinta (6)

A contraproposta foi apresentada ao desembargador federal Ricardo Rabelo, mediador do Tribunal Regional Federal da 6ª Região responsável pela mesa de repactuação do caso de Mariana, no qual 19 pessoas morreram em decorrência do rompimento da barragem, que despejou 40 milhões de m³ de rejeitos de mineração. A lama atingiu o Rio Doce e chegou ao oceano.

De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), as mineradoras haviam proposto a destinação de R$ 72 milhões, em 20 anos, para o financiamento de medidas reparatórias e compensatórias de caráter ambiental e socioambiental.

Pela contraproposta, os R$ 109 bilhões deverão ser usados para o financiamento dessas medidas e pagos em 12 anos. O prazo considera o proposto pelas empresas e desconta os oito anos que se passaram desde a tragédia. De acordo com a manifestação enviada pelo poder público à Justiça Federal, o "atraso precisa ser considerado no cronograma de pagamento, em respeito aos atingidos".

+ OAB questiona STF sobre fim das "saidinhas" de presos

Pelos cálculos do poder público, serão necessários R$ 126 bilhões para a integral implantação das reparações e compensações necessárias. Entretanto, na manifestação enviada ao desembargador, os entes e instituições sinalizam estarem dispostos a voltar à mesa de negociação para celebração do acordo se a contraproposta for aceita pelas mineradoras.

"O Poder Público reitera que as concessões feitas, em detrimento da obrigação de reparação integral do dano pelas empresas responsáveis, possuem o único e exclusivo objetivo de proteção às pessoas atingidas e ao meio ambiente", ressalta a manifestação.

"Por esse motivo, não aceitarão qualquer proposta que julguem implicar em risco de não atendimento desses propósitos".

Ela é assinada pela União, Estado de Minas Gerais, Estado do Espírito Santo, Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Ministério Público do Estado do Espírito Santo, Defensoria Pública da União, Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais e Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo.

O documento ressalta que os R$ 109 bilhões não inclui os valores já gastos pelas empreas como medida reparatória nem o valor estimado para executar obrigações que continuarão sob responsabilidade delas, como a retirada de rejeitos do Rio Doce. Além disso, diz que eventual acordo deve ter como parâmetros as condições discutidas e acordadas com as empresas em 2023.

"O aviso leva em consideração que pressupostos que já haviam sido negociados acabaram sendo alterados unilateralmente pelas mineradoras na proposta apresentada por elas em abril de 2024, ainda que uma revisão da proposta feita pelas empresas em 16 de maio tenha retomado alguns dos parâmetros anteriores", diz a AGU, em comunicado.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Justiça
Governo
Mariana
Minas Gerais
Espírito Santo
Meio Ambiente
empresas
mineradora

Últimas notícias

Eleições 2024: o que as pesquisas revelam sobre força e fraqueza de Nunes, Boulos e Marçal

Eleições 2024: o que as pesquisas revelam sobre força e fraqueza de Nunes, Boulos e Marçal

A partir do cruzamento dos números de quatro institutos é possível avaliar as estratégias na reta final de campanha
Incêndios se intensificam e fecham parques no Rio de Janeiro

Incêndios se intensificam e fecham parques no Rio de Janeiro

Somente neste sábado, o Corpo de Bombeiros extinguiu 139 focos em florestas
PF prende candidato procurado por participar de atos do 8/1

PF prende candidato procurado por participar de atos do 8/1

Marcos Geleia Patriota estava com mandado de prisão preventiva em aberto
Eleitores de São Paulo estão divididos sobre suspensão do X (Twitter)

Eleitores de São Paulo estão divididos sobre suspensão do X (Twitter)

Polarização: dos que votaram em Lula nas eleições, 70% concordam; Já 73% do eleitorado de Bolsonaro é contra, diz Datafolha
Eclipse parcial da Lua será visível no Brasil na próxima terça-feira (17)

Eclipse parcial da Lua será visível no Brasil na próxima terça-feira (17)

Fenômeno poderá ser acompanhado olhando para o céu ou por meio de transmissão no canal do Observatório Nacional no YouTube
Mundo ultrapassa marca de 100 mil casos de Mpox

Mundo ultrapassa marca de 100 mil casos de Mpox

Brasil é o segundo país mais afetado pela doença, com 11.841 casos registrados de 1º de janeiro de 2022 a 31 de julho de 2024
Morre anta resgatada de incêndio no interior de São Paulo

Morre anta resgatada de incêndio no interior de São Paulo

Animal foi retirado com ferimentos graves de um canavial da cidade de Andradina
Candidata à Prefeitura de Salvador denuncia racismo após levar cuspida

Candidata à Prefeitura de Salvador denuncia racismo após levar cuspida

Eslane Paixão, da Unidade Popular, fazia panfletagem em "restaurante de luxo" quando o homem apareceu
Rússia e Ucrânia trocam 206 prisioneiros de guerra após negociação

Rússia e Ucrânia trocam 206 prisioneiros de guerra após negociação

Segundo Ministério da Defesa russo, acordo foi mediado pelos Emirados Árabes Unidos
Boi invade sala de aula e deixa crianças feridas em escola de Minas Gerais

Boi invade sala de aula e deixa crianças feridas em escola de Minas Gerais

Incidente aconteceu na cidade de Caratinga, no Vale do Aço mineiro
Publicidade
Publicidade