Supremo Tribunal Federal recebeu mais de 1.000 ameaças desde o 8/1
Após o atentado com explosões ocorrido na Praça dos Três Poderes na noite da última quarta (13), e-mails elogiando a atitude chegaram à Corte
Paola Cuenca
Mais de 1.000 ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aos ministros da Corte foram feitas desde o dia 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas inconformados com o resultado da eleição presidencial do ano anterior invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. O número considera ameaças por e-mails e entregas por correio que chegaram ao tribunal.
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Em média, foram três ameaças por dia desde 8 de janeiro. Todos os dias chegam à Corte e-mails com intimidações. A segurança do STF capta as mensagens, faz um relatório a respeito e envia as informações ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal (PF).
Após o atentado com explosões ocorrido na Praça dos Três Poderes na noite da última quarta-feira (13), o STF recebeu mais e-mails ameaçadores, elogiando a atitude de Francisco Wanderley Luiz. Ele chega a ser chamado de mártir. O homem detonou explosivos próximo ao tribunal e se matou usando um deles.
Como é a segurança do STF?
A segurança do Supremo Tribunal Federal monitora cerca de 5 mil pessoas em redes sociais que podem representar alguma ameaça à Corte. Além disso, possui um sistema de segurança de reconhecimento facial; pessoas que circulam na Praça dos Três Poderes são analisadas e têm seus rostos checados num banco de dados próprio do tribunal, que cadastra indivíduos considerados como ameaças.
É feita uma checagem também com pessoas cadastradas no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisão, para ver se aquelas que estão próximas ao STF têm mandado de prisão em aberto.
Nesses bancos, não constava o nome de Francisco Wanderley Luiz, o autor do atentado da última quarta-feira. O homem tinha 59 anos e era chaveiro em Rio do Sul, cidade com 72 mil habitantes em Santa Catarina. Em 2020, ele se candidatou a vereador sob o nome "Tiu França", mas obteve apenas 98 votos e não foi eleito. Ele disputou a eleição pelo Partido Liberal (PL), o mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem era apoiador.
O atentado é investigado pela Polícia Federal. O relator no Supremo é o ministro Alexandre de Moraes. A PF acredita que o ataque foi planejado, com indícios de motivação política.
**Com colaboração de Guilherme Resck