Jornalista que foi ameaçado e perseguido por Zambelli armada é condenado por difamar deputada
TJ-SP considerou que Luan Araújo extrapolou limites da liberdade de expressão em texto publicado em maio de 2023
O juiz Fabricio Reali Zia, do Tribunal de Justiça de São Paulo, condenou nesta quinta-feira (6) o jornalista Luan Araújo a oito meses de detenção e 28 dias-multa por difamar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Ele poderá cumprir a pena na forma de prestação de serviços em entidades como hospitais, escolas e orfanatos, caso não seja um reincidente no crime.
Para o magistrado, Araújo difamou a parlamentar pela publicação de um texto no portal Diário do Centro do Mundo, em maio de 2023, em que a acusou de cometer "atrocidades atrás de atrocidades" e integrar uma "seita de doentes de extrema-direita". Zia argumentou que o jornalista extrapolou o direito à liberdade de expressão.
Em maio, como reportou o SBT News, o Ministério Público de São Paulo já havia se manifestado, na condição de fiscal da lei, pela condenação de Araújo. Ele também recebeu uma queixa-crime de Zambelli por injúria, mas foi absolvido desse delito.
Jornalista ficou na mira de Zambelli
Vale lembrar que, em outubro de 2022, na véspera do segundo turno das eleições, a deputada sacou uma arma e apontou para esse mesmo jornalista em uma lanchonete no centro de São Paulo. Ela afirmou que havia sido ofendida por ele.
Como tem prerrogativa de foro pelo cargo que ocupa, a parlamentar se tornou ré no Supremo Tribunal Federal pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento por usar arma graças a esse episódio.
Na decisão proferida nesta quinta-feira (6), o juiz do Tribunal de Justiça ressaltou que a queixa-crime analisada não tinha relação com o episódio da campanha.