Caso Marielle: suspeito pede a Moraes para voltar a receber salário
Ex-titular da Delegacia de Homicídios teria conduzido as investigações de modo a garantir a impunidade dos mandantes do duplo homicídio
A defesa do ex-chefe da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) do Rio de Janeiro Giniton Lages apresentou, na segunda-feira (24), um recurso que solicita a liberação do salário integral de delegado, de cerca de R$ 25 mil. Giniton Lages é acusado de conduzir as investigações de modo a garantir a impunidade dos mandantes do homicídio da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
No agravo regimental enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a advogada Thalita Fontes Mesquita Acatauassú Nunes argumenta que a instauração de um novo inquérito, no dia 17 de junho, trouxe “prejuízo” para Giniton Lages, por ter bloqueado a sua remuneração como servidor público.
Além do ex-titular da Delegacia de Homicídios, a nova investigação citada pela defesa tem como alvos os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa e o comissário de polícia Marco Antonio de Barros Pinto.
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Em abril, o ministro Alexandre de Moraes havia determinado o desbloqueio de um salário mínimo mensal da remuneração do delegado.
Segundo a defesa, o salário integral é usado para gastos essenciais da família do ex-titular da SHC, como o pagamento das cotas condominiais do apartamento onde ele mora com a esposa e os filhos, na zona oeste do Rio, além das mensalidades escolares de seus dois filhos, de 12 e 6 anos.
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Giniton Lages foi afastado do Caso Marielle em 2019 e substituído pelo delegado Daniel Rosa, que também foi substituído ao longo das investigações. De março de 2018 a março de 2024, cinco delegados passaram pela Delegacia de Homicídios da capital fluminense.