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Justiça

Após 10 anos, começa o julgamento da morte do cinegrafista Santiago Andrade

Repórter cinematográfico foi atingido por explosivo durante manifestação no Rio de Janeiro

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cinegrafista santiago andrade
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Depois de quase 10 anos, começou o julgamento dos dois acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade durante uma manifestação no Rio de Janeiro. Caio de Souza e Fábio Raposo respondem por homicídio qualificado e podem ser condenados a até 30 anos de prisão.

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Nove anos e 10 meses após o crime, a viúva e a filha de Santiago Andrade finalmente puderam ver os acusados no banco dos réus.

"A emoção é muito grande. Queria que o dia de hoje mudasse tudo isso, porque é um sofrimento muito grande para a família toda", afirma a viúva Arlita Andrade.

Vanessa Andrade, filha da vítima, protesta: "eles estão aí seguindo a vida deles. Eles estão tendo a oportunidade de refazer a vida. E a família? Quanto a gente tem que esperar pra acontecer com a gente?".

O destino de Caio de Souza e Fábio Raposo será decidido por sete jurados escolhidos por sorteio. A primeira testemunha de acusação foi o delegado que concluiu o inquérito policial. Ele disse que os dois agiram juntos.

"O Fábio levava o explosivo e o Caio detonava", afirma o delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva.

O repórter cinematográfico da TV Bandeirantes foi atingido por um explosivo em fevereiro de 2014, durante uma manifestação na região central do Rio. Santiago Andrade teve morte cerebral diagnosticada quatro dias depois, por afundamento do crânio. As investigações concluíram que Caio e Fábio foram os responsáveis por atirar o rojão. Os dois ficaram presos até 2015. Desde então, respondem ao processo em liberdade.

Ao todo, das 18 testemunhas previstas, apenas cinco foram ouvidas, três de acusação e duas de defesa. O interrogatório dos réus começou no fim da tarde. Fábio Raposo admitiu ter mentido quando prestou depoimento à polícia.

Inicialmente, Caio e Fábio seriam julgados por homicídio triplamente qualificado, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que não houve motivo torpe ou impossibilidade de defesa da vítima. Por isso, os dois respondem somente por homicídio qualificado por uso de explosivo. Se forem condenados, a pena pode chegar a 30 anos de prisão para cada um.

A defesa dos réus sustenta a tese de que os dois não tiveram intenção de matar Santiago, e que o cinegrafista foi vítima de uma fatalidade. Ainda não há previsão para o fim do julgamento, que pode se estender por vários dias.

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