Prefeito que invadiu casa da ex é denunciado por tentativa de feminicídio
Naçoitan Leite, de Iporá (GO), derrubou portão da casa, atirou 13 vezes e fugiu; preso cinco dias após, ele agora vira réu
Ricardo Brandt
O Ministério Público de Goiás apresentou a denúncia criminal contra o prefeito de Iporá, Naçoitan Leite (sem partido), nesta 6ª feira (01.dez), por tentativa de feminicídio. Ele estão preso, após invadir a casa da ex-mulher e atirar 13 vezes contra ela e o namorado. A Justiça vai analisar a acusação e ele deve virar réu.
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Imagens de câmeras de segurança registraram o prefeito, no dia 18 de novembro, quando ele invade a casa da ex, com quem foi casado por sete anos. Com uma caminhonete, força o portão e invade o imóvel. Com uma pistola calibre 9mm, começa a disparar, segundo registra a acusação do MP.
As vítimas estavam dormindo. O prefeito gritou o nome da mulher e fez os primeiros disparos, destruindo uma porta de vidro. A acusação narra que, na sequência, ele foi ao quarto dela, tentou forçar a entrada, mas foi impedido pelo namorado - ambos dormiam.
"Neste momento, o prefeito efetuou ao menos 13 disparos de arma de fogo em direção à porta do quarto. Vários tiros atravessaram a porta e atingiram a cama e outros móveis. A mulher e o namorado, contudo, escaparam ilesos", registra o MP. Leite fugiu na sequência. Com ordem de prisão, ele se apresentou à polícia cinco dias depois.
O prefeito foi formalmente acusado na Justiça pelo MP por quatro crimes: tentativa de feminicídio, tentativa de homicídio contra o namorado dela, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e fraude processual.
Segundo a denúncia do promotor de Justiça Luís Gustavo Soares Alves, no dia do crime, o prefeito voltou à casa da ex-mulher e retirou o aparelho DVR de gravação das câmeras de segurança. "A fim de ocultar os vídeos contendo as gravações das câmeras de segurança daquele dia."
O MP pediu à Justiça, além da condenação do prefeito, que sua prisão preventiva seja mantida e seja negado o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa. O prefeito, via seu advogado, alegou problemas de saúde e necessidade de assistência médica especializada.
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