Rogério Correia considera prisão de Bolsonaro "muito provável"
Deputado pediu retenção do passaporte do ex-presidente e quer convocá-lo à CPMI
Henrique Bolgue
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) considerou "gravíssimas" as últimas denúncias envolvendo a venda de joias recebidas por Jair Bolsonaro e afirma que os fatos podem levar à prisão do ex-presidente.
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Correia é membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de janeiro e deu entrevista ao SBT News no programa Poder Expresso. Ele também comentou os próximos passos da CPMI.
Veja entrevista de Rogério Correia ao SBT News (a partir de 55min20seg):
Nesta 6ª feira (11.ago), uma operação da PF fez busca e apreensão em endereços do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e do pai de Cid, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid. A investigação apura esquema ilegal de venda de joias e presentes recebidos pelo ex-presidente durante seu mandato.
Para o deputado, o caso está intrinsecamente ligado aos atos de 8 de janeiro.
"É muito estranho a saída do ex-presidente Jair Bolsonaro do Brasil. Ele sai e leva com ele, agora nós sabemos, joias, além de dinheiro, que nós tínhamos visto já através da quebra de sigilo de Mauro Cid. Então, a partir daquilo, a gente já sabia que o presidente da República acumulava dinheiro nos Estados Unidos, e nos parecia que seria para se resguardar, manter-se lá ele e sua família, enquanto se articulava este golpe", explica Correia.
Ao citar o extravio e suposta venda das joias nos EUA, o deputado disse que não esperava "uma coisa tão escandalosa". Correia aponta que o fato pode render uma acusação por crime de peculato a Bolsonaro. "É muito provável que isso possa levar, ao final das contas, à prisão, quem sabe até a prisão preventiva, do ex-presidente", conclui.
Passaportes
Nesta 6ª feira (12.ago), Correia e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediram para reter os passaportes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A solicitação foi levada ao Supremo Tribunal Federal (STF), à Polícia Federal e será defendida para que seja votada na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro na próxima 3ª feira.
Próximos passos da CPMI
O deputado afirmou que a comissão não está "nem na metade do caminho" e revelou que ainda aguarda todos os documentos do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal relativos às invasões do 8 de janeiro. O parlamentar antecipou que vai pedir a quebra dos sigilos bancários, telemáticos e fiscais de Jair Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro. "Não pode esse evento terminar em pizza. É muito grave o que ocorreu", disse.
Na entrevista, Correia também apontou que o depoimento de Walter Delgatti Neto, o "hacker da Vaza Jato", marcado para a próxima 5ª feira (17.ago), pode piorar a situação do ex-presidente Bolsonaro.
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