Torres chega para depor na PF sobre ações da PRF no 2º turno
Ex-ministro da Justiça está preso desde janeiro; inquérito mira interferência na Operação Eleições 2022
Ricardo Brandt
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres chegou por volta das 13h30, desta 2ª feira (8.mai), na sede da Polícia Federal. Preso desde janeiro, o também ex-secretário de Segurança do Distrito Federal será ouvido pela PF sobre as operações de bloqueio em rodovias, feitas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no segundo turno das eleições de 2022.
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As investigações apuram se houve interferência do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Operação Eleições 2022, no segundo turno, em uma suposta tentativa de influir nos resultados das urnas, prejudicando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O depoimento foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator dos processos contra os golpistas do 8 de janeiro.
A PF quer saber os motivos que levaram Torres a pedir um levantamento interno sobre os locais e os resultados das urnas no primeiro turno. As suspeitas levantadas são de que houve uma interferência do governo para tentar reduzir os votos de Lula, no segundo turno, com aumento dos bloqueios no Nordeste e em estados específicos, como a Bahia.
Torres viajou para a Bahia dias antes do segundo turno, com o então diretor-geral da PF, Márcio Nunes Oliveira, para uma reunião na superintendência da PF no estado. Informações levadas à polícia, ainda não confirmadas, relatam que foi pedido reforço nas ações da PRF nas estradas locais. Lula venceu no primeiro e no segundo turno na maioria dos municípios baianos.
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