PF analisa material apreendido sobre registro de vacina de Bolsonaro
Malotes chegaram ao DF, nesta 5ª; Mauro Cid, ajudante do ex-presidente, e outros presos ficaram calados
A Polícia Federal iniciou nesta 5ª feira (4.mai) a análise do material apreendido na Operação Verine, que investiga esquema de fraudes nos registros de vacinação contra a covid-19 e emissão de certificados, que teria beneficiado o ex-pesidente Jair Bolsonaro (PL), sua filha mais nova e aliados, entre eles o ex-ajudante de ordem do Planalto, tenente-coronel Mauro Cid.
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O material recolhido pelos policiais no Rio de Janeiro servirão para comprovar o esquema de fraudes descobertos na prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Comandada por aliados de Bolsonaro, entre eles o ex-prefeito local Washington Reis (MDB), os registros fraudados de vacinação do ex-presidente, da filha, da mulher de Mauro Cid e outros foram inseridos irregularmente no sistema do Ministério da Saúde. Após o inserção dos dados, os alvos emitiam no sistema do DataSUS os certificados de regularidade das vacinas, para uso em viagens ao exterior, apurou a PF.
Um dos alvos presos é o secretário de Governo de Duque de Caxias, João Carlos Brecha, que inseria os dados nos sistema do Ministério da Saúde. Ele é ligado ao ex-prefeito da cidade, que é irmão do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) - alvo de buscas da Venire. O parlamentar também teria usado o esquema de fraudes, suspeita a PF.
O início da apurações mirava no tenente-coronel Mauro Cesar Cid, que em 2021 teria acessado políticos e outros militares para fazer o registro no sistema do Ministério da Saúde de uma vacinação contra a covid-19 de sua mulher, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, que viajaria aos Estados Unidos e precisava emitir o certificado. O esquema passava por lançamento de vacinação em cidade de Goiás e registro no sistema federal via prefeitura de Duque de Caxias (RJ), reduto de aliados de Bolsonaro.
Foi só recentemente que Bolsonaro passou integrar as apurações, depois que a Controladoria Geral da União (CGU) informou a possibilidade de o ex-presidente ter feito registros irregulares de vacinação. O órgão passou a apurar o caso, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, e levantou dados que indicavam que Bolsonaro não estava em Duque de Caxias (RJ), por exemplo, na data de uma das supostas vacinações lançadas em seus registros e que serviram depois para emissão de certificados do DataSUS.
Defesa
Bolsonaro negou ter tomado as vacinas, após buscas realizadas pela PF em sua casa, em Brasília. A residência do ex-presidente no Rio também foi alvo. O ex-presidente disse ter ficado surpreso com a operação da PF, mas que nunca foi pedido a ele o certificado de vacinação para entrar no país e que não adulterou o cartão de vacina.
"Nunca me foi pedido cartão para entrar (nos EUA)", disse. "Não existe adulteração da minha parte, não tomei vacina", afirmou. O ex-presidente também confirmou que seu celular foi o único levado pela Polícia Federal e que o aparelho não tem senha. "Não tenho nada a esconder", afirmou.
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