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Justiça

Documentos da PF comprovariam fraudes envolvendo Bolsonaro

Conversas de aplicativo, registros de vacinação indevidos e documentos falsos embasaram prisões e buscas do STF

Imagem da noticia Documentos da PF comprovariam fraudes envolvendo Bolsonaro
Polícia Federal
• Atualizado em
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Os documentos da Polícia Federal (PF), da Operação Venire, deflagrada nesta 4ª feira (3.mai), mostram os registros de adulteração ideológica feitos em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de familiares, seus assessores e aliados para registro de vacinação contra a covid-19.

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O braço-direito de Bolsonaro, tenente-coronel, Mauro Cesar Cid, foi preso na manhã desta 4ª, alvo das apurações por um esquema de fraudes no sistema de registros de vacinas na pandemia, que envolver ainda aliados na prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

As casas de Bolsonaro no Rio de Janeiro e em Brasília também foram alvos de buscas e apreensão da PF, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As apurações, iniciadas à partir de dados da Controladoria Geral da União (CGU), foram anexados nos processos das milícias digitais que atingem o clã Bolsonaro.

Um dos documentos mostram as inserções de duas doses de vacina da Pfizer, no sistema do Ministério da Saúde, em nome de Bolsonaro, feitas em sequência no dioa 21 de dezembro de 2022 pelo secretário de Governo de Duque de Caxias João Carlos Brecha, um dos presos pela PF.

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Representação da PF da Operação Vanire | Reprodução

Os registros simulam que Bolsonaro foi vacinado no Centro Municipal de Saúde da cidade, na Baixada Fluminense. O ex-presidente viajaria no dia 30 de dezembro, após a derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para os Estados Unidos, onde permaneceu até 30 de março.

Seis dias depois os registros mostram que as inserções foram removidas do sistema pela coorenadora da área de vacinação de Duque de Caxias, Claudia Helena Rodrigues da Silva, que também foi alvo de buscas e prestou depoimento na PF do Rio.

A PF também destacou trecho das apurações da CGU que "colheu elementos informativos que indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro não esteve no município de Duque de Caxias/RJ no dia 13/08/2022, data em que teria tomado a 1ª dose da vacina da fabricante Pfizer, 
permanecendo na cidade do Rio de Janeiro até seu retorno para Brasília/DF às 21h25min".

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A PF também anexou provas de que foram emitidos certificados ideologicamente falsos em nome de Bolsonaro. "Após a data de inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, o usuário associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro emitiu o certificado." 

Policiais pediram à Secretaria de Governo Digital "os dados cadastrais e metadados disponíveis relacionados ao acesso ao sistema ConecteSUS". Nas datas de 22, 27 e 30 de dezembro de 2022, os "dados encaminhados não revelaram qualquer anormalidade em relação aos acessos realizados ao aplicativo ConecteSUS pelo usuário do ex-presidente da República".

Duque de Caxias

O município da Baixada Fluminense dominado por aliados de Bolsonaro é o foco central da apuração da PF. Brecha foi preso com outros cinco alvos. Ele foi o principal responsável por inserir dados fraudados no sistema de registros do Ministério da Saúde, via prefeitura local.

Foram cumpridos ainda 16 buscas e apreensões, no Rio e em Brasília, a pedido do delegado da PF Fábio Alvarez Shor.

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Foram feitas ainda buscas e apreensões em endereços do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB).

"Há indícios de que o deputado federal Gutemberg Reis de Oliveira também foi um dos beneficiados do esquema criminosa ora identificado, com inserção de dados de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde", registra a representação da PF.

"Cabe esclarecer que na época em que os dados foram inseridos, dia 18/11/2022, Gutemberg Reis já exercia o mandato de deputado federal pelo Rio de Janeiro, referente a legislatura iniciada em 2019, sendo reeleito no pleito de 2022, continuando desta forma, exercendo a atividade de parlamentar federal, com foro por prerrogativa de função perante a Suprema Corte."

Outro alvo de buscas no Rio, supostamente relacionado às fraudes de inserção de dados sobre vacinação, está o ex-vereador Marcello Siciliano (PP) - que já foi investigado no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018 -, também teria se envolvido nas supostas fraudes.

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