Publicidade

MPF é contra a suspensão da diplomação de 11 deputados federais

Pedido feito por grupo de advogados ao STF acusa parlamentares de elo com atos golpistas

MPF é contra a suspensão da diplomação de 11 deputados federais
Congresso
Publicidade

O Ministério Público Federal (MPF) apontou a impossibilidade legal de suspender a diplomação de 11 deputados federais supostamente ligados aos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. O documento foi solicitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após um grupo de advogados pedir uma ordem judicial para que os eleitos fossem impedidos de serem empossados na próxima 4ª feira (1.fev).

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

O pedido é subscrito pelos advogados Marco Aurélio de Carvalho, Fabiano Silva dos Santos e Pedro Estevam Serrano - próximos do núcleo petista do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O trio, que integra o Grupo Prerrogativas, alega que os parlamentares, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teriam incitado os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Nas investigações sobre os golpistas, o MPF dividiu os acusados em núcleos: os executores, os financistas, as autoridades omissas e os incitadores. 

Na manifestação assinada pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos do MPF, ele sustenta que não há possibilidade legal de suspensão da diplomação, por meio da decisão judicial requerida. 

"As prerrogativas dos deputados e senadores têm início com a diplomação. Esse ato solene da Justiça Eleitoral tem natureza meramente declaratória. Isso porque o 'mandato é constituído nas urnas e não na diplomação, que limita-se a reconhecer que os votos foram alcançados legitimamente'", parecer do MPF enviado ao STF.

O MPF argumenta que atos que constituam "violação de decoro devem ser apurados e processados" na Câmara de Deputados, com base nas regras do Regimento Interno e do Código de Ética, pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

O subprocurador-geral da República destacou que os advogados também não têm legitimidade para questionar a diplomação dos parlamentares. Um pedido do tipo teria que partir da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, havia dado prazo de 24 horas para que a PGR se manifestasse, na 6ª feira (27.jan).

pgr
Trecho do parecer do MPF ao Supremo | Reprodução

Estado de Direito

Os advogados lulistas pediram ainda a abertura de inquérito contra os parlamentares bolsonaristas. Na petição enviado ao STF não há provas sobre a participação efetiva dos 11 deputados nos crimes.

Os deputados federais alvos do pedido de suspensão da posse são:

  • Dr. Luiz Ovando (PP-MS)
  • Marcos Pollon (PL-MS)
  • Rodolfo Nogueira (PL-MS)
  • João Henrique Catan (PL-MS)
  • Rafael Tavares (PRTB-MS)
  • Carlos Jordy (PL-RJ)
  • Silvia Waiãpi (PL-AP)
  • André Fernandes (PL-CE)
  • Nikolas Ferreiras (PL-MG)
  • Sargento Rodrigues (PL-MG)
  • Walber Virgolino (PL-PB)

O MPF, que investiga os crimes cometidos por golpistas, destaca que "até o momento, não há elementos que indiquem que os deputados tenham concorrido, ainda que por incitação, para os crimes executados no dia 8 de janeiro de 2023".

"Não há justa causa para a instauração de inquérito ou para a inclusão dessas pessoas nos inquéritos já instaurados", diz o MPF. 

"Inexistindo, até o presente momento, elementos que indiquem que os deputados apontados na petição tenham concorrido, ainda que por incitação, para os crimes executados no dia 8 de janeiro de 2023, não há justa causa para a instauração de inquérito ou para a inclusão, a princípio, dos parlamentares nos procedimentos investigatórios já instaurados para apurar a autoria dos atos atentatórios ao Estado Democrático de Direito", parecer do MPF sobre pedido de suspensão da diplomação de 11 deputados.

Carlos Frederico observou ainda que o trio de advogados autores do pedido são conhecidos pela defesa "efusiva" dos direitos fundamentais e que a abertura de inquéritos sem elementos mínimos "viola direitos e garantias fundamentais".

"A instauração de procedimento investigatório criminal sem o mínimo de lastro probatório viola direitos e garantias fundamentais, submetendo-se o investigado a constrangimento ilegal, nos termos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Esse também é o entendimento dos advogados integrantes  do Grupo Prerrogativas, cujas defesas eloquentes e efusivas de seus clientes invocam os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal."

Leia também:

+ Moraes encaminha à PGR pedido de advogados contra posse de deputados

+ A Lei de Terrorismo não se aplica aos golpistas, diz coordenador da PGR

+ Moraes abre mais três inquéritos para apurar a atuação de golpistas

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

portalnews
sbtnews
stf
pgr
mpf
alexandre de moraes
carlos frederico santos
deputados
congresso

Últimas notícias

Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos lideram interesse dos brasileiros; expectativa é que as vendas superem em 0,04% a edição do ano passado
Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Marco Aurélio Cárdenas Acosta, de 22 anos, foi morto com tiro à queima-roupa durante uma abordagem da Polícia Militar de São Paulo
Bolsonaro pode ser julgado por plano golpista em 2025; entenda próximos passos

Bolsonaro pode ser julgado por plano golpista em 2025; entenda próximos passos

Polícia Federal atribui três crimes ao ex-presidente: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa
Bolsonaro, ex-integrantes do governo e militares: veja quem foi indiciado em investigação de golpe

Bolsonaro, ex-integrantes do governo e militares: veja quem foi indiciado em investigação de golpe

Lista contém 25 militares ativos, na reserva ou reformados, além de outros nomes como Valdemar Costa Neto, presidente do PL
Braga Netto se manifesta e critica divulgação de informações sobre inquérito

Braga Netto se manifesta e critica divulgação de informações sobre inquérito

General da reserva e vice na chapa de Bolsonaro em 2022 foi indiciado junto ao ex-presidente
Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro por tentativa de golpe em 2022

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro por tentativa de golpe em 2022

Ex-presidente foi indiciado pela PF como principal beneficiado de plano golpista que envolve militares de alta patente e ex-membros do governo bolsonarista
PF vê indícios de envolvimento de presidente do PL, ex-ministro da Justiça e ex-chefe da Abin em planos golpistas de 2022

PF vê indícios de envolvimento de presidente do PL, ex-ministro da Justiça e ex-chefe da Abin em planos golpistas de 2022

Valdemar Costa Neto, Anderson Torres e Ramagem foram indiciados com Bolsonaro e outros militares por trama após derrota para Lula nas eleições
Moraes mantém delação após Mauro Cid esclarecer contradições apontadas pela PF

Moraes mantém delação após Mauro Cid esclarecer contradições apontadas pela PF

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi ouvido pelo ministro do STF nesta quinta-feira
Indiciado por tentativa de golpe, Bolsonaro ataca Moraes: "Faz pesca probatória"

Indiciado por tentativa de golpe, Bolsonaro ataca Moraes: "Faz pesca probatória"

Ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal como principal beneficiado por plano golpista supostamente organizado por militares em 2022
 Indicado de Trump para ser procurador-geral desiste do cargo

Indicado de Trump para ser procurador-geral desiste do cargo

Alvo de investigações passadas do departamento que comandaria, Matt Gaetz alegou que não quer ser um obstáculo para o trabalho do governo de transição
Publicidade
Publicidade