Mensalão, fake news e embate com STF: saiba quem é Roberto Jefferson
Ex-deputado e presidente de honra do PTB reagiu à prisão neste domingo
Roberto Jefferson, presidente de honra do PTB e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro, recebeu a Polícia Federal com tiros neste domingo (23.out). Agentes foram à casa do político para cumprir ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Até os eventos desta tarde, muitas polêmicas marcaram a vida política de Jefferson.
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Roberto Jefferson entrou no mundo político em 1971, quando filiou-se ao MDB, onde ficou até o início da década de 80. Também passou pelo PP e, anos depois, filiou-se ao PTB, partido no qual permanece até hoje, como presidente de honra. Ele presidiu oficialmente a legenda até 2005, quando teve seu mandato cassado.
Naquele ano, o Plenário da Câmara decidiu cassar o mandato de Jefferson por quebra do decoro parlamentar por parte do petebista ao denunciar, sem provas, o suposto esquema de pagamento de "mensalão" a deputados de partidos da base aliada. Jefferson também foi acusado de ter recebido dinheiro irregular e vantagens indevidas de empresas privadas e órgãos públicos.
Em 2012, o ex-deputado foi condenado no julgamento do Mensalão. À época, deveria responder a 7 anos e 14 dias de prisão -- o que levaria a pena até 2019. A medida, no entanto, foi cancelada por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF.
Desde janeiro de 2022, Jefferson cumpre prisão domiciliar e é investigado pelo STF, no âmbito do inquérito das mílicias digitais, por suposta participação em uma organização criminosa digital montada para atacar a democracia. A prisão preventiva dele foi decretada em agosto de 2021 por determinação do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. O ex-deputado está impedido de usar redes sociais, dar entrevistas e receber visitas.
Mesmo sob tais condições, Roberto Jefferson pediu o registro de sua candidatura à Presidência da República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto deste ano. O vice da chapa seria Padre Kelmon, também do PTB. No entanto, o pedido foi negado pela Corte. A decisão para que Roberto Jefferson esteja inelegível até dezembro de 2023 foi unânime entre os ministros.
O substituto de Jefferson na corrida presidencial foi seu vice, Padre Kelmon. No dia 4 de outubro deste ano, dois dias depois do primeiro turno, os dois apareceram juntos em vídeo para pedir aos eleitores que compareçam às urnas no segundo turno.
Porte de armas
Em agosto de 2021, o ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão de "todos os portes de arma em nome de Roberto Jefferson". Por ser inscrito como Colecionador, Atirador desportivo e Colecionador (CAC), Jefferson tinha, em sua residência, 13 armas de fogo.
Ao resistir à prisão neste domingo (23.out), atirou contra policiais federais com um fuzil e também fez uso de granadas. Dois policiais foram atingidos por estilhaços, mas passam bem. A diligência está em andamento.