Justiça converte em preventiva prisão de mulheres acusadas de exploração infantil
Conforme os autos do processo, as vítimas eram submetidas a jornadas de trabalho intensas
Guilherme Resck
O juiz Bruno Rodrigues Pinto, da Central de Audiências de Custódia de Benfica, converteu em preventivas as prisões em fragrantes de cinco das seis mulheres acusadas de explorarem mão de obra infantil no Leblon, zona sul da capital fluminense. Suene dos Santos Pereira, Taynara Cristina Domingues da Silva, Leandra Santos Pinheiro da Silva, Priscila Monique de Oliveira Siqueira e Paloma Cristina Lopes teriam obrigado crianças a venderem doces e panos de prato, além de pedirem doações e fraldas, leite em pó ou esmolas.
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Conforme os autos do processo, as vítimas eram submetidas a jornadas de trabalho intensas no horário escolar e no período noturno e chegaram a trabalhar no frio e debaixo de chuva sem as roupas adequadas. Na decisão em que converteu as prisões, o juiz disse entender a medida como necessária por causa da gravidade do crime, pois, "em tese, as custodiadas integram uma organização criminosa voltada à exploração de crianças, em estado de vulnerabilidade". Ainda de acordo com o magistrado, "consta dos autos que as crianças circulam livremente nas vias públicas sem qualquer supervisão ou monitoramento, em completo estado de abandono, ficando sem se alimentar o dia inteiro".
Valéria dos Santos, a única das seis mulheres que não teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, recebeu liberdade provisória e precisará comparecer trimestralmente ao juízo. Segundo Bruno Rodrigues Pinto, "não há elementos suficientes que possam vinculá-la às atividades das demais presas, sendo crível que ela ali estivesse pelo fato de ser genitora da custodiada Leandra".
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