PF vai identificar integrantes do grupo 'Caçadores de ratos do STF'
Moraes deu 15 dias para polícia listar membros e conteúdo de mensagens, do Telegram, a pedido da PGR
SBT News
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal identifique os 159 integrantes do grupo "Caçadores de ratos do STF", criado no Telegram, e o teor das mensagens trocadas pelo aplicativo.
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A ordem foi dada na 6ª feira (19.ago), relacionada ao processo que resultou na prisão de Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, com ataques ao Supremo e seus membros. A decisão atende a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que analisou o caso e entendeu haver necessidade de mais elementos.
O investigado foi preso em 22 de jullho, acusado de veicular informações falsas sobre a atuação do Supremo e de seus ministros. A prisão foi convertida em preventiva em 31 de julho.
Segundo a PGR, a PF "indiciou o investigado pelo cometimento do crime de associação criminosa, mas não identificou quais seriam os seus integrantes, além do indiciado".
"A Polícia Federal, por meio de exame técnico, constatou a existência de um grupo de Telegram, denominado 'Caçadores de ratos do STF', que encontra-se ativo e com 159 membros. Porém, não procedeu à identificação de seus membros e não esclareceu se foi possível extrair o conteúdo das mensagens de tal grupo", disse a PGR.
Moraes informou que a PGR considerou imprescindível a realização de diligências complementares. Os nomes dos integrantes do grupo e a análise das mensagens trocas são essenciais para a confirmação da prática do crime de associação criminosa, apontada pela PF, no relatório encaminhado ao STF.
"A identificação das pessoas que compartilhavam o mesmo grupo com o investigado, Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, além do teor das mensagens trocadas, é imprescindível para a completa elucidação dos fatos em apuração", registrou Moraes.
Organização criminosa
O investigado "teria usado redes sociais e o aplicativo de mensagens contra o Estado Democrático de Direito, defendendo a extinção do STF e ações violentas contra seus membros, além de divulgar notícias falsas sobre integrantes da Corte", informou o STF.
Moraes registra no processo que "os elementos de prova reunidos até o momento demonstram uma possível organização criminosa que tem por finalidade desestabilizar as instituições republicanas".
"Conforme a investigação, essa organização se utiliza de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil."
A defesa de Ivan Rejane tentou a liberdade do cliente, mas o pedido foi negado pelo STF. Os advogados Caio Sella e Amanda Rodrigues informaram, no pedido, que a prisão foi ilegal e desnecessária.
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