STF coloca investigação contra Milton Ribeiro em sigilo
Caso foi enviado à Corte para evitar suposta interferência de Bolsonaro
Bruna Yamaguti
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu colocar em sigilo o inquérito que investiga o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, por corrupção e tráfico de influência. Antes, o processo tramitava publicamente na Corte.
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No dia 23 de junho, o Ministério Público Federal (MPF) pediu que a investigação contra Ribeiro fosse enviada ao STF para evitar suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na apuração do caso. O pedido foi atendido pelo juiz Renato Boreli, da 15ª Vara de Justiça Federal de Brasília, que encaminhou a manifestação à ministra Cármen Lúcia, que é a relatora.
Segundo o MPF, interceptações telefônicas do ex-ministro indicam a possibilidade de vazamento de informações da investigação. O órgão afirma que o arquivo de áudio do ex-ministro "aponta indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do presidente da República Jair Messias Bolsonaro".
Na 2ª feira (27.jun), Cármen Lúcia determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste a respeito de uma notícia-crime protocolada pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (MG), sobre suposta participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) em esquema criminoso de liberação -- intermediada por um "gabinete paralelo" no MEC -- de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).