Operação combate corrupção no IBAMA e Ministério do Meio Ambiente
Por determinação do STF, o ministro Ricardo Salles é alvo de busca e apreensão da Polícia Federal
160 policiais federais cumprem na manhã desta 4ª feira (19.mai) 35 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos estados de São Paulo e Pará. As medidas foram determinadas pelo Supremo Tribunal Federal e a investigação apura crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando praticados por servidores e empresários o ramo madeireiro. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é alvo da operação e teve a quebra dos sigilos bancário e fiscal decretada pelo STF.
Além das buscas, o STF determinou o afastamento preventivo de 10 (dez) servidores públicos e de funções de confiança no IBAMA e no Ministério do Meio Ambiente. O presidente do IBAMA, Eduardo Bim, foi um dos afastados. O Supremo também suspendeu a norma que permitiu a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorizações de exportação.
Segundo nota da Polícia Federal a norma publicada em fevereiro no Despacho 7036900/2020/GAB/IBAMA foi elaborada "a pedido de empresas que tiveram cargas não licenciadas apreendidas nos Estados Unidos e Europa" , resultando "na regularização de mais de 8 mil cargas de madeira exportadas ilegalmente entre os anos de 2019 e 2020".
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As investigações foram iniciadas em janeiro deste ano a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras noticiando possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira.
A operação foi batizada de Akuanduba, divindade da mitologia dos índios Araras do Pará. Segundo a lenda, se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, restabelecendo a ordem.
O SBT News entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente e com o Ibama, mas até o momento não obteve resposta dos órgãos.
Em nota, a Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará disse que está inteiramente disponível para colaborar com as investigações e atua com legalidade e de acordo com os princípios da sustentabilidade. "a madeira produzida e comercializada no Estado do Pará pelos seus associados possui toda a documentação de garantia de legalidade e rastreabilidade, com todas as autorizações exigidas legalmente e outorgas necessárias a essa atividade, desde a sua origem na floresta até o consumidor final que adquire esse produto.", afirma.
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( atualizada às 10h)