Gilmar Mendes: "Constituição não prevê direito à morte"
Ministro votou contra cultos presenciais e disse que Brasil virou pária internacional na saúde
Gilmar Mendes
Paulo Guilherme
• Atualizado em
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra a liberação de público em celebrações religiosas, em sessão da Corte que discute o tema. Em seu voto, o magistrado citou o atual momento da pandemia como fator preponderante para não permitir cultos e missas presenciais e disse que a Constituição "não parece tutelar com o direito fundamental à morte".
"Diante desse cenário, faz-se impensável evocar qualquer dever de proteção do Estado que implique a negação à proteção coletiva da Saúde", disse o ministro, que negou que seu voto tenha o objetivo de diminuir a liberdade religiosa.
Nesta 4ª feira (7.abr), o plenário da corte começou a decidir sobre a liberação de missas e cultos em estados e municípios. Gilmar Mendes foi o primeiro a proferir o voto, finalizando-o no início da noite. A sessão foi suspensa e continuará na 5ª feira (8.abr).
Citando uma fala do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, que havia defendido que o Brasil se tornasse uma "pária internacional" -- nação com conduta considerada fora das normas de comportamento pela comunidade internacional --, Mendes ainda disse que o país alcançou esse título "no âmbito da saúde".