Inquérito revela ação de senador do dinheiro na cueca para liberar recursos em Brasília
Documentos mostram que Chico Rodrigues enviou cartas a ministros para pedir R$ 20 milhões para obra em hospital
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O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), ao telefone, no plenário do Senado. Foto: Pedro França/Agência Senado
O inquérito que investiga desvios de dinheiro público para o combate à pandemia de coronavírus em Roraima revela como foi a ação do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado pela Polícia Federal com R$ 33 mil na cueca, para tentar acelerar a liberação de recursos para o estado.
Rodrigues é investigado por suspeitas de integrar um esquema que superfaturava contratos da Secretaria de Saúde, direcionava licitações e favorecia empresas ligadas ao parlamentar no estado. Uma delas seria a Quantum Empreendimentos, cujo dono é parente de um dos funcionários do senador.
Em 1º de abril de 2020, de acordo com a investigação, Rodrigues enviou uma carta ao então ministro da Saúde, Henrique Mandetta, com o seguinte título: "Liberação de Recurso em REGIME DE URGÊNCIA - URGENTÍSSIMA para a Conclusão da ampliação do Bloco E do Hospital Geral de Roraima - HGR".
No texto, o senador solicita que a pasta autorize a alocação de R$ 20 milhões para concluir a ampliação do bloco E do Hospital Geral de Roraima. Segundo Rodrigues, R$ 5 milhões desse valor seriam usados para a compra de equipamentos para o combate à pandemia. "Clamo a Vossa Excelência, em nome de toda a população roraimense, a liberação do recurso para a conclusão da obra do Bloco E, que trará a duplicação no atendimento, com a oferta de mais 120 leitos de internação, 40 leitos de UTI e 10 salas de cirurgia", escreveu o parlamentar, que se licenciou do cargo por 121 dias.
O SBT News contatou Mandetta, que disse que parlamentares "sempre mandam pedidos de recursos". "Eles sempre mandam pedidos de recursos. De vários partidos", afirmou.
Questionado se ele se recordava dessa solicitação específica de Rodrigues e se tinha tomado alguma medida após recebê-la, Mandetta respondeu: "Não me recordo. Aqueles dias eram intensos".
Em outro documento anexado ao inquérito, a PF mostra conversas de WhatsApp entre Rodrigues e um ex-funcionário da Secretaria de Saúde de Roraima, Francisvaldo de Melo Paixão, que denunciou todo o esquema para as autoridades depois de ter sido exonerado do cargo. Em uma delas, Rodrigues pede para que Francisvaldo ligue rapidamente para um servidor chamado Leonardo, do Ministério da Saúde, que teria pedido informações sobre a liberação dos R$ 20 milhões para a obra do Bloco E do hospital de Roraima. "Ligou agora. É importante as informações (sic). URGENTE", escreveu o senador para o então funcionário da Secretaria de Saúde.
Também em 1º de abril, Rodrigues enviou uma carta ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo, solicitando a cessão de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar material fornecido pela Quantum Empreendimentos, investigada por fraudar contratos em Roraima. A PF anexou o documento ao inquérito.
Na semana passada, Chico Rodrigues foi flagrado com R$ 33 mil na cueca durante uma operação da PF. A investigação apura desvio de cerca de R$ 20 milhões em emendas parlamentares destinadas ao combate à pandemia.
Segundo a polícia, um grupo criminoso formado por servidores, políticos e empresários fraudou licitações para contratar determinadas empresas pela Secretaria Estadual de Saúde de Roraima. Investigadores apontam que o senador usava sua influência política para favorecer empresas privadas ligadas a ele durante os processos licitatórios feitos na pandemia.
Rodrigues tem negado envolvimento com irregularidades.
O inquérito que investiga desvios de dinheiro público para o combate à pandemia de coronavírus em Roraima revela como foi a ação do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado pela Polícia Federal com R$ 33 mil na cueca, para tentar acelerar a liberação de recursos para o estado.
Rodrigues é investigado por suspeitas de integrar um esquema que superfaturava contratos da Secretaria de Saúde, direcionava licitações e favorecia empresas ligadas ao parlamentar no estado. Uma delas seria a Quantum Empreendimentos, cujo dono é parente de um dos funcionários do senador.
Em 1º de abril de 2020, de acordo com a investigação, Rodrigues enviou uma carta ao então ministro da Saúde, Henrique Mandetta, com o seguinte título: "Liberação de Recurso em REGIME DE URGÊNCIA - URGENTÍSSIMA para a Conclusão da ampliação do Bloco E do Hospital Geral de Roraima - HGR".
No texto, o senador solicita que a pasta autorize a alocação de R$ 20 milhões para concluir a ampliação do bloco E do Hospital Geral de Roraima. Segundo Rodrigues, R$ 5 milhões desse valor seriam usados para a compra de equipamentos para o combate à pandemia. "Clamo a Vossa Excelência, em nome de toda a população roraimense, a liberação do recurso para a conclusão da obra do Bloco E, que trará a duplicação no atendimento, com a oferta de mais 120 leitos de internação, 40 leitos de UTI e 10 salas de cirurgia", escreveu o parlamentar, que se licenciou do cargo por 121 dias.
O SBT News contatou Mandetta, que disse que parlamentares "sempre mandam pedidos de recursos". "Eles sempre mandam pedidos de recursos. De vários partidos", afirmou.
Questionado se ele se recordava dessa solicitação específica de Rodrigues e se tinha tomado alguma medida após recebê-la, Mandetta respondeu: "Não me recordo. Aqueles dias eram intensos".
Em outro documento anexado ao inquérito, a PF mostra conversas de WhatsApp entre Rodrigues e um ex-funcionário da Secretaria de Saúde de Roraima, Francisvaldo de Melo Paixão, que denunciou todo o esquema para as autoridades depois de ter sido exonerado do cargo. Em uma delas, Rodrigues pede para que Francisvaldo ligue rapidamente para um servidor chamado Leonardo, do Ministério da Saúde, que teria pedido informações sobre a liberação dos R$ 20 milhões para a obra do Bloco E do hospital de Roraima. "Ligou agora. É importante as informações (sic). URGENTE", escreveu o senador para o então funcionário da Secretaria de Saúde.
Também em 1º de abril, Rodrigues enviou uma carta ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo, solicitando a cessão de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar material fornecido pela Quantum Empreendimentos, investigada por fraudar contratos em Roraima. A PF anexou o documento ao inquérito.
Na semana passada, Chico Rodrigues foi flagrado com R$ 33 mil na cueca durante uma operação da PF. A investigação apura desvio de cerca de R$ 20 milhões em emendas parlamentares destinadas ao combate à pandemia.
Segundo a polícia, um grupo criminoso formado por servidores, políticos e empresários fraudou licitações para contratar determinadas empresas pela Secretaria Estadual de Saúde de Roraima. Investigadores apontam que o senador usava sua influência política para favorecer empresas privadas ligadas a ele durante os processos licitatórios feitos na pandemia.
Rodrigues tem negado envolvimento com irregularidades.
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