Presos policiais que usavam inteligência para extorquir traficantes
Investigação revela que a propina cobrada mensalmente pelos PMs paulistas pode chegar à cifra de milhões
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A pedido da Justiça Militar de São Paulo foram cumpridos, nesta quarta-feira, mandados de prisão preventiva contra 10 policiais militares de Sorocaba, interior do estado. Os PMs são acusados de usar os sistemas de inteligência da corporação para extorquir traficantes. O valor da propina cobrada mensalmente pelos investigados pode chegar à cifra de milhões, aponta a investigação.
Os policiais militares passaram a ser investigados há dois anos, quando Leonardo Aparecido Leite Foz, de 20 anos, e Luiz Gustavo Martins, de 34, foram presos com algemas, rádios comunicadores, documentos falsos, armas e uniformes da PM. Segundo a Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Sorocaba, os suspeitos diziam pertencer à PM e exigiam R$ 300 mil para fazer vista grossa ao tráfico.
Presos, Martins e Foz decidiram falar. Em depoimento, revelaram que, acompanhados e coordenados por policiais militares de folga, iam até pontos de venda de drogas da cidade cobrar propina de traficantes. Levavam dinheiro, carros e a droga dos criminosos, sem qualquer registro oficial. Os valores, diz a Polícia Judiciária Militar de Sorocaba, eram divididos entre PM do 7º Batalhão.
As principais provas do processo foram encontradas nos celulares de Aparecido e Foz. Nos aparelhos, havia centenas de trocas de mensagens entre os falsos policiais e os PMs do 7º Batalhão. Conversas explícitas, com fotos e vídeos, sobre como agir nos locais onde havia suspeita de tráfico, localização de procurados pela Justiça para exigir dinheiro em troca de não prendê-los, além da venda de armas e munições de origem ilícita.
Para extorquir e roubar drogas e armas de traficantes, os PMs faziam campana, usavam viaturas em horário de serviço para dar apoio às ações e utilizavam os sistemas de inteligência da corporação para pesquisar informações sigilosas sobre possíveis alvos da extorsão.
Na decisão judicial que determinou a prisão dos policiais, a qual o SBT News teve acesso, o juiz militar Ronaldo Roth diz que para praticar crimes "os envolvidos trocavam informações criminais, realizavam observação e vigilância de locais de tráfico de drogas, acompanhavam suspeitos, utilizavam rastreador em veículos de interesse clandestinamente, realizavam ações típicas de polícia como observação, cerco, abordagens, diligências, buscas e apreensões".
No documento, o magistrado também afirma o grupo só não pode ser chamado de milícia devido à "ganância e torpeza moral" dos envolvidos no esquema. Era comum, de acordo com a investigação, que os PMs corruptos brigassem entre si por não concordarem com a divisão da propina.
Os policiais militares presos preventivamente são Daniel Pires Braatz, José Carlos Correa Filho, Ricardo Cordeiro da Silva, José Luz Ribeiro Ismerim, Carlos Vaz Junior, Peterson Rogério Fernandez, Ewerton Luiz Favoretto, Danilo Proença de Melo e Jonatas Tadeu Caricati. Eles devem permanecer no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital, até o julgamento. O advogado João Carlos Campanini, que deve assumir a defesa dos investigados, informou estar a caminho de Sorocaba e que vai se manifestar apenas quando se inteirar sobre os fatos.
Os policiais militares passaram a ser investigados há dois anos, quando Leonardo Aparecido Leite Foz, de 20 anos, e Luiz Gustavo Martins, de 34, foram presos com algemas, rádios comunicadores, documentos falsos, armas e uniformes da PM. Segundo a Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Sorocaba, os suspeitos diziam pertencer à PM e exigiam R$ 300 mil para fazer vista grossa ao tráfico.
Presos, Martins e Foz decidiram falar. Em depoimento, revelaram que, acompanhados e coordenados por policiais militares de folga, iam até pontos de venda de drogas da cidade cobrar propina de traficantes. Levavam dinheiro, carros e a droga dos criminosos, sem qualquer registro oficial. Os valores, diz a Polícia Judiciária Militar de Sorocaba, eram divididos entre PM do 7º Batalhão.
As principais provas do processo foram encontradas nos celulares de Aparecido e Foz. Nos aparelhos, havia centenas de trocas de mensagens entre os falsos policiais e os PMs do 7º Batalhão. Conversas explícitas, com fotos e vídeos, sobre como agir nos locais onde havia suspeita de tráfico, localização de procurados pela Justiça para exigir dinheiro em troca de não prendê-los, além da venda de armas e munições de origem ilícita.
Para extorquir e roubar drogas e armas de traficantes, os PMs faziam campana, usavam viaturas em horário de serviço para dar apoio às ações e utilizavam os sistemas de inteligência da corporação para pesquisar informações sigilosas sobre possíveis alvos da extorsão.
Na decisão judicial que determinou a prisão dos policiais, a qual o SBT News teve acesso, o juiz militar Ronaldo Roth diz que para praticar crimes "os envolvidos trocavam informações criminais, realizavam observação e vigilância de locais de tráfico de drogas, acompanhavam suspeitos, utilizavam rastreador em veículos de interesse clandestinamente, realizavam ações típicas de polícia como observação, cerco, abordagens, diligências, buscas e apreensões".
No documento, o magistrado também afirma o grupo só não pode ser chamado de milícia devido à "ganância e torpeza moral" dos envolvidos no esquema. Era comum, de acordo com a investigação, que os PMs corruptos brigassem entre si por não concordarem com a divisão da propina.
Os policiais militares presos preventivamente são Daniel Pires Braatz, José Carlos Correa Filho, Ricardo Cordeiro da Silva, José Luz Ribeiro Ismerim, Carlos Vaz Junior, Peterson Rogério Fernandez, Ewerton Luiz Favoretto, Danilo Proença de Melo e Jonatas Tadeu Caricati. Eles devem permanecer no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital, até o julgamento. O advogado João Carlos Campanini, que deve assumir a defesa dos investigados, informou estar a caminho de Sorocaba e que vai se manifestar apenas quando se inteirar sobre os fatos.
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