MP denuncia presidente do Solidariedade por organização criminosa
Eurípedes Júnior e outros nove integrantes do partido são acusados de criar candidaturas laranja para desviar dinheiro dos Fundos Partidário e Eleitoral
Jésus Mosquéra
O Ministério Público Eleitoral ofereceu denúncia contra o presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, preso por supostos desvios de dinheiro público, nas eleições de 2022. No documento, os promotores acusam o dirigente partidário de liderar organização criminosa para se apropriar de Fundos Partidário e Eleitoral destinados ao Partido Republicano da Ordem Social (PROS), incorporado ao Solidariedade.
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De acordo com a denúncia, a organização criminosa foi formada por Eurípedes, familiares e outras pessoas de confiança com objetivo de enriquecimento ilícito. Entre os acusados está um primo dele, Alessandro Sousa da Silva, que autuou como tesoureiro do PROS e teria se lançado candidato "laranja" a deputado federal pelo partido em São Paulo. A candidatura não teria passado de artifício para receber dinheiro dos fundos e repassá-lo à organização criminosa. Além de Alessandro, quatro integrantes do grupo teriam se candidatado em 2022 apenas para desviar os recursos.
Crimes
O MP eleitoral atribui aos acusados a prática dos seguintes crimes:
- organização criminosa
- apropriação indébita
- furto qualificado mediante fraude
- falsidade ideológica eleitoral
- peculato eleitoral
Pedido de ressarcimento
A denúncia inclui o pedido de ressarcimento de R$ 28,6 milhões aos cofres públicos. O documento é assinado pela 1ª Promotoria de Justiça Eleitoral, com sede no Distrito Federal. A análise sobre o recebimento ou não da denúncia está a cargo do Juízo da 1ª Zona Eleitoral do DF, no âmbito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Denunciados
No total, o MP denunciou dez pessoas:
- Eurípedes Gomes de Macedo Júnior
- Alessandro Sousa da Silva
- Berinaldo da Ponte
- Cintia Lourenço da Silva
- Epaminondas Domingos do Nascimento Júnior
- Felipe Antônio do Espírito Santo
- Julia Rodrigues Monteiro Barros
- Karen Lucia Santos Rechmann
- Lusiano Francisco de Sousa
- Márcio Xavier da Silva
A defesa
Os advogados de Eurípedes divulgaram uma nota em defesa do dirigente partidário. “Usaram a pior forma de acusar: em vez de narrarem fatos e descreverem crimes, preferiram transformar meras suspeitas e conjecturas em acusações, e agora vão ter que sair correndo atrás de tentar dar um mínimo de realidade a suas fantasias punitivas”, escreveram José Eduardo Cardozo e Fábio Tofic Simantob.
Interpol foi acionada
A Polícia Federal conduziu as investigações e deflagrou uma operação no dia 12 de junho. Os policiais tinham um mandado de prisão contra Eurípedes, que fugiu. Ele chegou a ter o nome enviado para a Interpol, mas se entregou três dias depois. Ele está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília (DF).