Primeira-dama da Ucrânia pede retorno de crianças deportadas pela Rússia
Olena Zelenska afirmou que 19 mil jovens foram deslocados à força por soldados de Moscou
A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, pediu aos líderes mundiais que ajudem a devolver as crianças ucranianas levadas à força para a Rússia. Na declaração, dada à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na 3ª feira (19.set), a arquiteta afirmou que 19 mil jovens foram deportados ilegalmente desde o início da guerra.
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"Disseram às crianças raptadas que já não são crianças ucranianas, que são crianças russas. Elas foram informadas de que seus pais não precisam delas, que seu país não precisa delas, que ninguém está à espera delas", disse Zelenska.
A Ucrânia vem acusando a Rússia de deportar ilegalmente crianças ucranianas desde o início do ano. As acusações chegaram ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que emitiu, em março, um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, após reunir evidências dos deslocamentos forçados. A ação é classificada como crime de guerra.
Como a Rússia não reconhece o Tribunal, no entanto, o mandado não pode ser cumprido, a não ser que o alvo visite algum país que participa do Estatuto de Roma -- responsável pela criação da Corte. São membros do tribunal 123 países, incluindo o Brasil.
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De acordo com Zelenska, até agora, apenas 386 crianças deportadas ilegalmente foram devolvidas às respectivas famílias e à Ucrânia. Em julho, o cardeal Matteo Maria Zuppi foi enviado à Ucrânia a pedido do papa Francisco e confirmou os deslocamentos forçados. Quando voltou ao Vaticano, o religioso garantiu que ajudaria Kiev a recuperar os jovens.