Bolsonaro e Michelle ficaram em silêncio durante depoimento na PF, diz defesa
Casal e mais seis investigados em inquérito das joias seriam ouvidos de forma simultânea nesta 5ª
Emanuelle Menezes
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o advogado Fábio Wajngarten ficaram em silêncio durante depoimentos à Polícia Federal, nesta 5ª feira (31.ago), segundo informaram os advogados de defesa. Eles foram intimados a falar no inquérito que investiga a venda irregular de joias dadas como presentes oficiais pelos governos do Bahrein e da Arábia Saudita.
Os depoimentos estavam marcados para acontecer, de forma simultânea, às 11h. Em menos de uma hora, Bolsonaro deixou o prédio da PF em Brasília e seguiu para a sede do Partido Liberal.
As defesas do ex-presidente, de Michelle e de Wajngarten citam a mesma motivação para o silêncio. De acordo com as notas divulgadas pelos advogados, o inquérito não deveria tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF), e sim na primeira instância da Justiça Federal.
Eles destacam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que o caso das joias tramitasse na 6ª Vara Federal de Guarulhos, em São Paulo, onde há um inquérito para investigar as circunstâncias da entrada de presentes árabes no Brasil, como o conjunto de diamantes que foi retido no Aeroporto Internacional de Guarulhos em outubro de 2021.
"Os peticionários [Bolsonaro e Michelle] optam, a partir deste momento, por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que estejam diante de um Juiz Natural competente", diz o documento assinado pelos advogados Paulo Amador Bueno e Daniel Tesser.
"O peticionário [Fábio Wajngarten] permanece inteiramente à disposição para prestar eventuais esclarecimentos, desde que sejam observadas as regras intransponíveis do devido processo legal, ampla defesa, de competência de suas prerrogativas profissionais como advogado e, ainda, respeitado o seu domicílio, que é na Capital Paulista", afirma Eduardo Kuntz, advogado do ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do governo Bolsonaro.
A estratégia da PF era de ouvi-los, separadamente, com diferentes grupos de investigadores para cada oitiva. Além dos três, estão sendo ouvidos pela PF:
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Mauro Lourena Cid, pai de Cid e colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Rio de Janeiro. Eles se formaram em 1977;
- Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
- Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.
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