Caso Robertinho: PMs são condenados por homicídio de estudante
Vítima tinha 16 anos na época do crime e foi morto por policiais à paisana em Goiás, em 2017
Esthéfany Araújo
Três policiais militares de Goiás foram condenados por homicídio seis anos depois da morte de um adolescente de 16 anos, em abril de 2017. A vítima estava dentro de casa quando foi baleada pelos PMs, que estavam à paisana, durante uma investigação sobre tráfico.
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Foram dois dias de julgamento para que a sentença envolvendo a morte do jovem Roberto Campos da Silva, conhecido como "Robertinho", fosse proferida. O juiz Lourival Machado condenou os réus por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual.
Paulo Antônio de Souza Júnior, um dos acusados, recebeu a sentença de 21 anos e 4 meses de detenção. Já Rogério Rangel Araújo Silva e Cláudio Henrique da Silva, também réus no caso, foram condenados a 10 anos e 8 meses de prisão, devido a participação no crime.
De acordo com a denúncia, os três PMs à paisana foram à casa da família com a suspeita de tráfico de drogas e teriam desligado o relógio de energia. Assustado, o pai de Roberto pegou uma arma comprada após sofrer um assalto e deu um tiro para cima.
O disparo fez com que os policiais atirassem várias vezes, de fora para dentro da casa. Robertinho foi atingido por mais de dez tiros e morreu no local. O pai do jovem também foi baleado e, depois socorridos. Os militares alegaram legítima defesa.
Os PMs foram presos, mas soltos quase três meses após o crime. O júri foi adiado em abril após o advogado de defesa dos acusados apresentar um atestado médico, remarcando o julgamento para maio. Depois, um novo pedido de atestado médico do defensor. Mais de seis anos depois do homicídio, o julgamento foi realizado, mas com a mesma dor para um pai que viu o filho, inocente, morrer.
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