Na mira da PF por plano de atentados estão nomes fortes do PCC
Célula de inteligência da facção estava com esquema avançado contra Moro, com estrutura, armas e imóveis alugados
Os alvos dos mandados de prisão da Operação Sequaz, deflagrada pela Polícia Federal nesta 4ª feira (22.mar), incluem criminosos conhecidos das autoridades de São Paulo, que combatem a escalada da violência da maior facção criminosa, que domina os presídios do país, o PCC, contra autoridades.
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São traficantes, sequestradores, assassinos, condenados, foragidos e alguns que foram recentemente liberados. Um deles é Patrick Uelinton Salomão, o Forjado, do alto escalão do PCC, que deixou a Penitenciária Federal de Brasília, em 2022, após quase 16 anos de prisão, e segue foragido.
Outro nome de destaque é Valter Lima Nascimento, o Guinho ou Zoinho, traficante ligado a um nome forte do PCC, o Gilberto Santos, o Fuminho, e que foi preso em 9 de janeiro deste ano, em São Paulo, por policiais da Rota.
Inteligência do crime
O grupo que planejou o atentado seria de uma célula autodenominada "sintonia restrita" do PCC, segundo as apurações. São eles que atuam como núcleo de inteligência da facção. Foram os responsáveis por planejar e executar a ação, que tinha registro de contabilidade dos gastos.
O grupo já havia investido pelo menos R$ 3 milhões no plano, que teria iniciado em 2021. Além de armas, eles haviam alugado imóveis, como casas, chácara e salas comerciais, para monitorar os alvos.
O senador Sérgio Moro (União-PR), que foi ministro da Justiça, e o promotor Lincoln Gakiya, de São Paulo, eram dois dos alvos. Pelo menos dez outras pessoas estão na lista, entre eles, comandantes da Polícia Militar (PM) e agentes penais.
O plano de ataques coordenados a autoridades nacionais estava em fase avançada, com monitoramento de alvos em execução desde final e janeiro, aluguel de imóveis próximos aos endereços e veículos blindados. Segundo o promotor Lincoln Gakiya, que atua na área há duas décadas, a fase tinha passado do planejamento e estava em execução.
A operação foi resultado do monitoramento que a polícia e o MP paulista fazem de membros da facção. Em janeiro foi detectado o plano de ataque, em especial, envolvendo a família de Moro.
A PF, a Polícia Legislativa do Senado e os alvos foram avisados pelo MP paulista. Houve reforço na segurança dos alvos e os dados foram compartilhados com policiais federais.
Dos 11 cabeças identificados e alvos dos mandados de prisão desta 4ª feira, nove foram detidos. A maioria no interior do estado, na região do complexo penitenciário Campinas-Hortolândia. Dois alvos estavam em Guarujá (SP) e São Paulo.
Veja alguns dos alvos da Operação Sequaz:
Patrick Uelinton Salomão, o Forjado - uma das lideranças do PCC e cabeça entre os alvos. Deixou a Penitenciária Federal de Brasília em 2022, após cumprir pena de 15 anos e 10 meses de prisão.
Janeferson Aparecido Mariano, o Nefo - uma das lideranças do PCC e cabeça entre os alvos.
Valter Lima Nascimento, Guinho ou Zoinho - um dos traficantes mais procurados da Justiça, ligado a um nome forte do PCC, o Gilberto Santos, o Fuminho, responsável pelo fornecimento de drogas da facção. Procurado desde o ano de 2020, ele foi preso em 9 de janeiro em São Paulo.
Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê - um dos soldados do PCC, foi acusado de envolvimento no ataque contra três soldados da PM, em Taboão da Serra, em 2003.
Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan, o El Sid, uma das lideranças do PCC, estava preso, mas conseguiu responder em liberdade, em 2022.
Outros alvos: Claudinei Gomes Carias; Herick da Silva Soares e Franklin da Silva Correa.
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