Estudo alemão aponta lesões no cérebro após covid-19
Pesquisa foi realizada pelo departamento de neurologia da Universidade de Berlim
Fernanda Trigueiro
Uma pesquisa feita pelo departamento de neurologia da Universidade de Berlim, com pacientes que tiveram covid-19, aponta lesões no cérebro que explicam o surgimento de sequelas graves da doença, mesmo em casos leves.
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Depois de voltar à rotina, Márcia Bandini percebeu que não estava bem: "tinha insônia muito séria. [...] Eu tava trocando algumas palavras". A médica que trabalha na Universidade Estadual de Campinas testou positivo para o coronavírus em julho de 2022, e se tornou voluntária em um estudo da própria Unicamp.
Já são 3 anos de trabalho com mais de 600 pacientes. A maioria apresenta sequelas. "Alterações de diversas ordens, neurológicas e psiquiátricas. Então tem muita ansiedade, muita depressão, tem muita sonolência, muita fadiga", conta a professora de neurologia e médica Clarissa Yasuda.
Em outro estudo parecido, feito na Alemanha, pesquisadores acompanharam por 8 meses um grupo de 50 pessoas entre 18 e 69 anos que tiveram covid-19. Seis precisaram ser hospitalizadas. Duas internadas em UTI. Do total, apenas 3 não apresentaram sequelas neurológicas. Mais de 80% se sentiram esgotadas e com dificuldade de concentração. 62% apresentaram problemas de esquecimento. Cansaço (55%), dores de cabeça (40%) e estresse (36%) foram outras queixas relatadas.
Há dois meses, Márcia participa de sessões de reabilitação cognitiva e já percebe uma melhora. Contudo, ressalta que há outros 37 milhões de brasileiros que também tiveram a doença.
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