Representatividade feminina na política fortalece democracia
Mulheres são mais da metade do eleitorado brasileiro, mas só correspondem a 15% das deputadas federais
No Brasil, mesmo com mais de 90 anos do voto feminino e com as mulheres representando 52,65% do eleitorado, ainda há uma grande sub-representação feminina na política.
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Na Câmara dos Deputados, por exemplo, apenas 15% dos deputados federais são mulheres -- 77 de um total de 513. Nas eleições anteriores, a porcentagem foi ainda menor.
O país aparece em 133º no ranking da presença de mulheres nos parlamentos da Inter-Parliamentary Union, entre 193 países.
De acordo com a advogada Clara Carolina de Sá, fundadora e codiretora do Instituto Alziras, uma organização que tem a missão de ampliar e fortalecer a presença de mulheres na política e na gestão pública, a diversidade na política não é importante só para as mulheres, mas para a democracia como um todo.
"O Relatório das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Equidade de Gênero na Gestão Pública também reforça que a igualdade e diversidade em todos os níveis e em todos os setores da administração pública melhora a função do governo, torna os governos mais responsivos e responsáveis pelos diversos interesses públicos, aumenta a qualidade de serviços prestados e aumenta a confiança nas organizações públicas", afirma Clara.
As mulheres são mais da metade do eleitorado brasileiro e só correspondem a 15% das deputadas federais. Segundo a advogada, são muitos os desafios para mudar a realidade da política nacional.
"São muitos os desafios, passando por questões mais objetivas como o financiamento de campanhas - que dificulta que as mulheres possam competir em condições de igualdade com os homens - até a violência política de gênero, que é uma estratégia utilizada para amedrontar e afastar as mulheres dos espaços de poder e tomada de decisão", diz ela.
Há, ainda, questões como a divisão desigual do trabalho doméstico e de cuidados que sobrecarrega as mulheres no espaço doméstico, inviabilizando sua participação na esfera pública, as regras e práticas internas do sistema eleitoral e dos partidos políticos.
De acordo com estudo feito pelo Instituto Alziras e pela OXFAM Brasil, com as regras e práticas que temos atualmente levaríamos mais de 120 anos para alcançar a paridade nas prefeituras brasileiras.
"Precisamos de maior compromisso dos partidos políticos não só na efetiva implementação das regras como também nas práticas internas que assimilem as mulheres em seus cargos de direção, nas decisões de distribuição de recursos e, sobretudo, nas práticas que eliminem todas as formas de violência política contra as mulheres", afirmou Clara.
O projeto Convergências Democráticas na América Latina, liderado pelo Instituto Alziras com mais de 15 organizações da sociedade civil, investigou os processos de participação das mulheres na política em países como Chile, México e Bolívia e sistematizou práticas que podem ser assimiladas no Brasil para que mais mulheres consigam ser eleitas.
Nas redes sociais, projetos como Elas que Decidem e Elas no Poder estimulam a participação de mulheres nas eleições e a ocupação feminina nos espaços da política institucional.
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