Criminosos são presos no momento em que aplicavam golpes em idosos
Quadrilha alugava casas e montava falsas centrais de atendimento aos cientes de vários bancos

Fernanda Trigueiro
Criminosos foram presos em flagrante no momento em que davam golpes pelo telefone em idosos. A quadrilha alugava casas e montava falsas centrais de atendimento aos clientes de vários bancos. A polícia desta vez conseguiu capturar o líder do grupo, que já havia sido preso pelo mesmo crime há cinco anos.
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As mensagens gravadas vinham de uma central clandestina montada por golpistas, que se passavam por funcionários de instituições bancárias. "Bem-vindo a central de atendimentos de cartões. Para comunicar a perda ou roubo de um cartão, digite zero", dizia uma das gravações. "Vou apresentar as opções e você escolhe umas delas assim que ouvir o que precisa. Atendimento de cartões, tecle 1", continuava a gravação.
O golpe consistia em pedir que os idosos digitassem a senha do cartão e a eletrônica, assim, conseguiam pegar as informações. "Eles adquirem programas, são softwares especializados com vinhetas de várias instituições bancárias", afirma Pedro Ivo Correa, delegado responsável pelo caso.
O local usado para o crime era uma casa de alto padrão na região da Brasilândia, zona norte de São Paulo. Ela foi alugada a pouco mais de um mês. "Eles ficam pouco nessas casas, a verdade é essa. Eles ficam o tempo todo mudando. O proprietário nem tem conhecimento de que a residência que ele alugou era utilizado para uma prática delituosa dessa natureza", comenta o delegado.
Três suspeitos foram presos em flagrante. Eles faziam cerca de mil ligações por dia. No momento em que os policias chegaram, eles tentavam enganar outras pessoas. "Essa é mais uma fase de uma sequência de prisões que nós estamos fazendo dessas centrais clandestinas no crime. São pessoas que se especializam, temos hoje preso um dos líderes da organização. Sujeito que já foi preso outras vezes. Permaneceu mais de cinco anos preso por fraudes dessa natureza", conta o policial.
As vítimas eram pessoas com mais de 60 anos. Depois que os bandidos identificavam a senha digitada pelo próprio idoso, passavam para outra fase do golpe. Acessavam a conta bancária da vítima e retiravam a maior quantidade de dinheiro possível por meio de transferências.
Não é de hoje que os criminosos se aproveitam da ingenuidade dos mais velhos para agir. Segundo um levantamento obtido pela lei de acesso à informação, no ano passado na capital paulista, 11 idosos caíram em golpes deste tipo por dia. Foram 4.015 vítimas de estelionatos em 2021.
Com as prisões, a equipe da delegacia de roubo a bancos do DEIC pretende avançar na investigação. "Eles vão ser autuados por associação criminosa, furto qualificado e estelionato. Nós vamos buscar o máximo de vítimas possíveis pra deixar esses caras o mais tempo presos", afirma o agente.